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Que espécie é esta: borboleta nocturna da família Psychidae

23.06.2021

A leitora Inês Guimarães fotografou este animal na Serra do Alvão, em Vila Pouca de Aguiar, a 18 de Maio e pediu ajuda para o identificar. Albano Soares responde.

Trata-se da lagarta de uma família de borboletas nocturnas, as Psychidae.

Família identificada por: Albano Soares, Rede de Estações da BiodiversidadeTagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal.

“As lagartas das borboletas desta estranha família tecem um casulo para se protegerem, que vai aumentando à medida que mudam de pele”, explicou o investigador.

Por outro lado, “numa grande parte dos géneros desta família, os adultos nunca se alimentam”. Ou seja, estas borboletas vivem como adultos apenas o tempo suficiente para se reproduzirem.

De acordo com Albano Soares, enquanto as fêmeas ficam sempre com a aparência de lagartas, os machos são os únicos que voam nesta família de borboletas. Esta característica das fêmeas, de atingirem a maturidade sexual mantendo ainda a aparência de lagartas, é conhecida por neotenia.

As Psychidae, conhecidas em inglês por ‘bagworms’ (‘bichos-de-saco’), podem encontrar-se por todo o mundo. Como as fêmeas na maior parte dos casos não têm asas, a identificação das espécies torna-se mais difícil.

Os casulos são muitas vezes construídos com seda e material proveniente do habitat onde as lagartas se encontram, pelo que ficam naturalmente camuflados.


Agora é a sua vez

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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