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Que espécie é esta: bispo-de-coroa-amarela

02.01.2020

O leitor José Leal fotografou esta ave que encontrou a 3 de Janeiro de 2018 na Barroca d’Alva, Alcochete, e quis saber a que espécie pertence. Gonçalo Elias dá-lhe a identificação.

 

 

A espécie que observou é um bispo-de-coroa-amarela (Euplectes afer), espécie exótica.

Espécie identificada por: Gonçalo Elias, responsável pelo portal Aves de Portugal.

A ave que observou é uma fêmea ou um macho invernal.

Os machos têm um inconfundível tom amarelo vivo. Mas “as fêmeas são mais acastanhadas e com um ar ‘apardalado’, destacando-se a lista supraciliar creme, fazendo lembrar um pardal-francês”, segundo o portal Aves de Portugal.

“Fora da época de nidificação, os machos perdem a plumagem vistosa e assemelham-se às fêmeas.”

Esta ave é de origem africana e, segundo o portal Aves de Portugal, terá sido introduzida em Portugal no final da década de 1980. Os primeiros registos conhecidos ocorreram no Algarve, nos arrozais de Lagoa, em Novembro de 1989.

Os machos são de um amarelo garrido, enquanto as fêmeas são mais acastanhadas. “Fora da época de nidificação, os machos perdem a plumagem vistosa e assemelham-se às fêmeas”, tendo comportamentos mais discretos.

Actualmente nidifica em liberdade em diversos locais do país. As primeiras posturas acontecem a partir da primeira quinzena de Julho e os juvenis deixam o ninho em meados de Agosto.

Tem preferência por zonas húmidas, ocorrendo em campos de cultivo de arroz e pauis com vegetação abundante, como bunho, tabua e caniço, segundo o livro “Aves de Portugal” (Assírio & Alvim, 2010).

É mais fácil de observar durante a época de nidificação, na Primavera e no Verão, altura em que os machos têm a sua plumagem amarela e preta e pousam em locais visíveis.

Em 2000, a população nacional foi estimada num mínimo de 200 indivíduos mas esta estimativa já está desactualizada. A tendência parece ser de expansão.

 

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Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie-nos para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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