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Que espécie é esta: aranha Pellenes brevis

15.12.2020

O leitor Paulo Nobre fotografou esta aranha em Setúbal em Abril de 2019 e quis saber a que espécie pertence. Sérgio Henriques responde.

Trata-se de uma aranha Pellenes brevis.

Espécie identificada e texto por: Sérgio Henriques, líder do grupo de especialistas em aranhas e escorpiões da UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza) e especialista da Sociedade Zoológica de Londres.

Esta parece ser uma fêmea de Pellenes brevis, uma espécie bem discreta mas muito bonita que gosta de zonas áridas ou até dunas de areia.

Quando a fêmea está grávida procura uma pequena concha de caracol vazia, que escolhe criteriosamente. Quando encontra a concha certa carrega-a até uma erva ou pequeno ramo que já conhece bem e que escolheu com muito cuidado (tem de ter a exposição certa ao sol e ao vento), e com um uso complexo de gruas e guindastres de seda, eleva a concha até ao cimo do que será a sua nova casa.

Uma vez que a concha chega lá acima (uma actividade que seria equivalente a eu levantar uma carrinha para o topo de um prédio de doze andares ou mais, usando apenas cordas), a pequena Pellenes constrói o seu saco de ovos dentro da concha, fechando-se a si própria com seda lá dentro também.

A fêmea aí fica a guardar e limpar os ovos, colocando-os ao sol ou à sombra se for preciso mudar a sua concha, até as crias estarem prontas para enfrentar o mundo sozinhas.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie-nos para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.


Já que está aqui…

Apoie o projecto de jornalismo de natureza da Wilder com o calendário para 2021 dedicado às aves selvagens dos nossos jardins.

Com a ajuda das ilustrações de Marco Nunes Correia, poderá identificar as aves mais comuns nos jardins portugueses. O calendário Wilder de 2021 tem assinalados os dias mais importantes para a natureza e biodiversidade, em Portugal e no mundo. É impresso na vila da Benedita, no centro do país, em papel reciclado.

Marco Nunes Correia é ilustrador científico, especializado no desenho de aves. Tem em mãos dois guias de aves selvagens e é professor de desenho e ilustração.

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Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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