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Que espécie é esta: aranha-lobo

07.10.2020

 

O leitor Fernando Conde encontrou esta aranha a 24 de Setembro em Grândola, e pediu ajuda na identificação. Sérgio Henriques responde.

“Gostava de saber que espécie de aranha e esta e se é perigosa para crianças”, escreveu o leitor à Wilder.

Tratar-se-á de uma aranha-lobo, também conhecida como tarântula-ibérica ou tarântula-hispânica (Lycosa hispanica).

Espécie identificada e texto por: Sérgio Henriques, líder do grupo de especialistas em aranhas e escorpiões da UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza) e especialista da Sociedade Zoológica de Londres.

Esta é uma espécie de Lycosa, possivelmente Lycosa hispanica.

É uma espécie que já conhecemos bem aqui nas trincheiras da Wilder.

É, de facto, uma aranha bastante grande, mas também é muito pacata e bem difícil de entrar em contacto acidental com humanos.

Se uma criança a encontrar, e se essa criança for ensinada a respeitar estes animais, haverá poucas hipóteses de a manusear e de ser mordida.

Se, no entanto, um criança pequena pegar no animal com as mãos e for mordida, é provavel que essa mordedura não injecte veneno (seja só um aviso) ou que não consiga penetrar a pela (a boca destes animais é bem pequena e a nossa pele é bem grossa em vários sítios).

Mas mesmo que seja uma mordedura “eficaz”, os efeitos serão locais (na zona da mordedura) e sem grande gravidade. Uma picada de abelha ou vespa seria mais dolorosa. 

É um animal extraordinário. São excelentes mães que só querem proteger os seus filhos, tal como nos só queremos proteger os nossos. E acho que o melhor caminho será ensiná-los a reconhecer e a apreciar toda a natureza que nos rodeia e trabalharmos juntos para a proteger.

E assim a natureza poderá proteger-nos a nós.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie-nos para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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