Armando Almeida e Vasco pediram a identificação de uma aranha fotografada na Póvoa do Lanhoso a 10 de Janeiro. Pedro Sousa responde.
“Eu e o Vasco (5 anos) gostávamos de ter uma ajuda para identificar esta
aranha”, explicou Armando Almeida numa mensagem enviada à Wilder, acrescentando que a aranha “teria cerca de 1,5 cm, no máximo 2 cm”.
“Estava numa parede de pedra junto a um buraco com teias. Fotografámos e devolvemos ao ninho”, indicou ainda o leitor, que notou que esta aranha “não conseguia subir à lateral do tupperware” em que foi capturada. “Seria uma aranha-lobo?”, perguntou.
Poderá tratar-se de uma aranha-lobo, sim, embora seja difícil confirmar a cem por cento, uma vez que as fotografias não têm resolução suficiente e falta igualmente uma noção de escala.
Espécie identificada por: Pedro Sousa, biólogo com vasta experiência na identificação de espécies de aranhas autóctones de Portugal e especialista do grupo Aranhas e Escorpiões da IUCN SSC.
“Pelo aspecto geral parece ser uma aranha-lobo (família Lycosidae), sim”, respondeu Pedro Sousa, que indicou também que, embora as aranhas-lobo não construam teias onde caçam, podem construir teias onde se abrigam.
Além do mais, outro factor que corrobora a hipótese de se tratar de uma aranha-lobo é “o facto de esta aranha não conseguir subir as laterais”.
Tal como já tinha sido indicado numa identificação anterior, as aranhas desta família são conhecidas como ágeis corredoras. Normalmente não fazem teia, mas perseguem e saltam sobre as suas presas. Escondem-se em buracos no chão ou por baixo de rochas. Para se camuflarem bem, costumam ter cores acastanhadas, semelhantes aos ambientes onde vivem.
Todas as aranhas-lobo têm uma visão muito apurada, com a ajuda dos seus oito olhos: os dois na fila de cima são maiores e mais proeminentes, outros dois na fila do meio são de dimensão média, e na fila inferior, pouco acima da boca, estão os restantes quatro, bastante mais pequenos.
Em Portugal são conhecidas dezenas de espécies desta família (Lycosidae), sendo uma das mais comuns a aranha-lobo-radiada, já identificada no consultório Que Espécie é Esta, por exemplo aqui. Este grupo das aranhas-lobo inclui também várias espécies endémicas do arquipélago da Madeira – como a aranha-lobo Hogna insularum – único local do mundo onde podem ser encontradas.
Agora é a sua vez.
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