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Que espécie é esta: uma lesma-do-mar ou vinagreira

21.12.2017

O leitor Simão Santiago fotografou este animal em Julho no rio Tejo, na zona do mar da Palha, junto à Ponte Vasco da Gama, em Lisboa e quis saber qual a espécie a que pertence. A equipa do GelÀVista dá-lhe a identificação.

 

Segundo Simão Santiago, o animal teria entre 25 e 30 centímetros de comprimento e movimentava-se lentamente, “com o bater das ‘asas’ posteriores”.

 

 

A espécie que observou será uma lesma-do-mar ou vinagreira (Aplysia fasciata).

Espécie identificada e texto por: Equipa do GelAVista, do Grupo de Oceanografia e Plâncton do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Pelas fotos parece-nos que se tratará de um molusco gastrópode (Opistobrânquio) do género Aplysia, conhecidos como lesmas-do-mar, lebres-do-mar ou vinagreiras. Provavelmente é uma Aplysia fasciata, espécie muito comum nas nossas águas.

Estes animais podem libertar um líquido, não venenoso, semelhante à tinta dos cefalópodes como mecanismo de defesa em caso de contacto/stress.

Encontram-se normalmente em águas tropicais ou temperadas e em habitats costeiros e pouco profundos, sendo muito frequentes nos meses de Verão.

 

Foto: PedroPVZ/Wiki Commons

 

Têm geralmente cor negra ou acastanhada mas podem apresentar manchas mais claras. Sendo um molusco possuem uma concha reduzida (ou ausente) coberta pelo manto.

Movimentam-se através dos parapódios, semelhantes a “asas”, que usam como barbatanas. Apresentam dois rinóforos na cabeça que funcionam como quimiorreceptores e uma única brânquia posterior.

Alimentam-se de algas perto do fundo, são hermafroditas e apresentam larvas planctónicas. Podem atingir os 40 cm de comprimento.

São muito usados em estudos de neurobiologia que testam as respostas comportamentais destes organismos a alterações no sistema nervoso. Isto deve-se à grande dimensão das suas células nervosas.

[divider type=”thick”]Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie-nos para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

 

[divider type=”thick”]Saiba mais.

Conheça melhor o trabalho do GelAVista, um projecto de Ciência Cidadã sobre os gelatinosos da costa portuguesa. E como pode participar no registo de espécies.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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