Vanessa Requeijão, 31 anos e natural de Évora, é tratadora no CNRLI desde 2011.
Juntamente com os seus cinco colegas tratadores em Silves, Vanessa é das poucas pessoas que podem entrar nos cercados onde vivem os linces-ibéricos. Longe vai o tempo em que não conhecia grande coisa sobre felinos.
“Antes de vir para aqui trabalhei com animais selvagens, nomeadamente primatas, numa reserva no Alentejo. Mas nunca tinha trabalhado com felinos”, diz-nos esta tratadora, com formação em Antropologia.
Mas a vontade de conhecer melhor este mundo levou-a a concorrer ao Centro Nacional de Reprodução de Lince-ibérico (CNRLI) quando abriram vagas. “Quis tentar o CNRLI para ficar a saber mais sobre a espécie e para trabalhar com felinos.”
Hoje, faz parte do seu trabalho alimentar linces, verificar os bebedouros, limpar e fazer o enriquecimento dos cercados para os animais não se aborrecerem. “Todos têm personalidades diferentes. Há uns mais comunicativos, outros super-esfomeados, outros mais calmos e outros que reclamam muito”.
Destes quase cinco anos, aprendeu muito. “O lince-ibérico tem muitas particularidades que não conhecia, especialmente em relação ao desenvolvimento das crias e ao emparelhamento dos casais para a reprodução. Há coisas que desconhecia por completo.”
E quando olha para trás, há uns momentos mais especiais do que outros. “Até agora, o que mais me marcou foi a primeira experiência com cria à mão. E assistir ao nascimento de linces é sempre o ponto alto. É uma oportunidade única. Uma coisa que não acontece facilmente.”
[divider type=”thick”]Série Como nasce um lince-ibérico
Uma equipa da Wilder esteve dois dias no CNRLI em Março do ano passado e assistiu ao último parto da temporada, ao lado de veterinários, tratadores, video-vigilantes e voluntários. Nesta série contamos-lhe como é o trabalho naquele centro e apresentamos-lhe as pessoas por detrás da reprodução em cativeiro desta espécie.