Nereida Rico, 30 anos, veio de Espanha e trabalha no Centro Nacional de Reprodução de Lince-Ibérico (CNRLI) como tratadora desde 2011.
Nereida sempre quis trabalhar com o lince-ibérico. “Desde criança”. Fez um Mestrado em Conservação e foi voluntária no centro de El Acebuche (Doñana). “O lince-ibérico é um animal maravilhoso, super fofo. E este é um projecto muito importante.”
“Comecei aqui no centro por fazer três meses de vídeo-vigilância. Depois passei a ser tratadora. Limpo e faço a manutenção dos cercados, carrego pedras e corto vegetação, dou de comer aos animais, entro e saio a correr. Mas gostava mais de fazer investigação e trabalho de campo, não um trabalho tão físico.”
Esta tratadora conhece bem os linces que vivem em Silves. Mas tem uma maior relação com a Fresa e o Foco. “Parece que estão à minha espera, quando tenho de ir aos cercados. Às vezes falo com eles. Mas nem todos são assim. Há outros que se escondem mal pressentem a minha presença.”
A Fresa, o Fresco e a Fruta foram os primeiros linces-ibéricos que viu (ao vivo e a cores) na vida. “Agora já são pais. É impressionante! Estou muito orgulhosa deles.”
Nereida fica mais alerta quando um lince não sente medo. “Quando estes animais não têm medo é pior, pode ser perigoso.”
Entre os momentos mais decisivos no dia-a-dia do Centro estão as lutas entre as crias, um comportamento normal na espécie. “Por volta dos 40 dias de idade, as crias de uma ninhada costumam lutar entre si. Nessas alturas estamos ainda mais atentos. Muitas vezes temos de decidir se intervimos ou não.”
[divider type=”thick”]Série “Como nasce um lince-ibérico”
Uma equipa da Wilder esteve dois dias no CNRLI em Março do ano passado e assistiu ao último parto da temporada, ao lado de veterinários, tratadores, video-vigilantes e voluntários. Nesta série contamos-lhe como é o trabalho naquele centro e apresentamos-lhe as pessoas por detrás da reprodução em cativeiro desta espécie.