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Foto: Nanosanchez / Wiki Commmons

O que procurar na Primavera: Anfíbios e répteis

17.05.2016

De 14 a 29 de Maio, os portugueses, de Norte a Sul do país estão convidados a passear na natureza e a identificar e registar as espécies que encontrarem. É mais uma edição do Pé n’A Terra, iniciativa da  associação Biodiversity4All que quer aumentar o conhecimento do mundo natural do nosso país. Para dar uma ajuda a quem parte à descoberta, a Wilder tem dado a conhecer listas dos animais e plantas que é mais provável encontrar.

 

O Pé n’A Terra, que surgiu em 2011, pretende ser um acontecimento nacional de registo de biodiversidade. O desafio é sair de casa, observar e identificar as espécies que encontrar e introduzir os seus registos no site da Biodiversity4All para poderem ser validados por especialistas e estarem disponíveis a todos.

Até agora neste site estão registadas 6.693 espécies que ocorrem em Portugal. Só este mês já foram introduzidas 4.399 observações e oito espécies novas. Mas é preciso mais. E é aqui que entra o Pé n’A Terra.

Para os que desejam participar e querem conhecer melhor o mundo natural à sua volta, temos vindo a publicar várias listas com algumas espécies mais prováveis de encontrar, sugeridas por Inês Teixeira do Rosário, bióloga ligada à Biodiversity4All.

Hoje, no último artigo desta série, sugerimos-lhe oito espécies de anfíbios e répteis que ocorrem em Portugal e que pode identificar na Primavera. Quanto aos cágados-mediterrânicos e aos anfíbios, o mais fácil será encontrá-los em zonas com água. Já o camaleão ocorre na região algarvia.

 

  1. Sapo-comum (Bufo bufo)
Marek_Szczepanek / Wiki Commons
Ilustração: Marek_Szczepanek / Wiki Commons

É o maior anuro da fauna portuguesa, medindo normalmente entre 6 a 15 cm, e encontra-se por todo o território continental português. É também comum em grande parte da Europa e Ásia, até ao Japão. Pode ser observado em muitos habitats, normalmente terrenos agrícolas, montados, bosques de caducifólias e zonas de montanha. Terrestre, procura a água apenas na época de reprodução.

 

 

  1. Salamandra-de-pintas-amarelas (Salamandra salamandra)
Foto: Steffen Häuser / Wiki Commons
Foto: Steffen Häuser / Wiki Commons

Também conhecida por salamandra-de-fogo, mede habitualmente entre 14 e 17 cm e pode encontrar-se em quase todo o Portugal Continental, excepto nalgumas zonas do Alentejo mais secas. Essencialmente terrestre e nocturna, mexe-se muito devagar e por isso está sujeita a atropelamentos. Só costuma procurar a água para depositar as larvas, quando estas nascem.

 

 

  1. Tritão-de-ventre-laranja (Lissotriton boscai)
Foto: Olacho / Wiki Commons
Foto: Olacho / Wiki Commons

Mede normalmente entre 6,5 e 9 cm. Ocorre em todo o Portugal Continental e na metade Oeste da Península Ibérica. Na altura do acasalamento, esta espécie faz uma curiosa dança nupcial que pode ser comparada ao flamenco. Quando ameaçado, é costume virar-se ao contrário e exibir o ventre laranja.

 

 

  1. Rã-verde (Pelophylax perezi

Este anfíbio encontra-se por toda a Península Ibérica, de onde é uma espécie nativa. Pode ver-se também na Madeira e Açores, onde a rã-verde foi introduzida. Ocorre em lagos, rios, tanques e outros corpos de água, incluindo em áreas urbanas. Pode ter entre 5 e 10 cm, de cor esverdeada ou acastanhada, mas costuma apresentar uma linha central de cor verde ou amarela clara, no meio do dorso.

 

 

  1. Camaleão-comum (Chamaeleo chamaeleon)
Foto: Nanosanchez / Wiki Commmons
Foto: Nanosanchez / Wiki Commmons

Espécie diurna que se alimenta de insectos, entre os quais gafanhotos, é mais fácil de avistar empoleirado em ramos de arbustos. Em Portugal, o camaleão encontra-se apenas na região algarvia, onde é considerado uma das espécies mais emblemáticas. Ocorre  ainda no Sul de Espanha, nalgumas ilhas gregas e em Malta, além do Sudoeste Asiático e Norte de África.

 

 

  1. Lagartixa-do-mato (Psammodromus algirus)
Foto: Boronian / Wiki Commons
Foto: Boronian / Wiki Commons

Esta lagartixa ocorre em quase todo o território português, excepto numa faixa do Litoral Norte. Encontra-se também em Espanha, parte de França e de Itália e Norte de África. Pode atingir 30 cm e tem duas linhas laterais no dorso, amareladas ou esbranquiçadas.

 

 

  1. Cágado-mediterrânico (Mauremys leprosa)

Classificado como Vulnerável pela União Internacional para a Conservação da Natureza, o cágado-mediterrânico pode encontrar-se em grande parte da Península Ibérica (excepto mais a Norte) e ainda no Norte de África. Prefere habitats de água doce e permanente. Ameaçado por espécies concorrentes invasoras, é também afectado pela poluição, extracções de água e pescas.

 

 

  1. Cobra-de-escada (Rhinechis scalaris)

Ocorre em grande parte de Portugal Continental e em Espanha; também numa parte de França. É mais facilmente observada à noite, em ambientes rurais, incluindo bosques abertos, vinhas, olivais, paredes de pedra e ruínas. Vítima de atropelamentos, pois à noite procura o calor acumulado no asfalto das estradas.

 

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Este é o último artigo em que a Wilder lhe deu a conhecer animais e plantas que vai gostar de procurar e identificar durante a iniciativa Pé n’A Terra, quer participe numa das várias acções organizadas (que pode encontrar aqui) ou se preferir partir com família e amigos à aventura.

Aqui, pode conhecer melhor 10 espécies de aves que pode avistar durante um passeio. E neste artigo, aprenda a identificar 10 flores que enchem os jardins e os campos, agora na Primavera. E que tal tentar identificar as borboletas diurnas que já se começam a avistar nos dias de mais sol?

No final, poderá registar as diferentes espécies que encontrar no site da Biodiversity4All.

E se ficou curioso e deseja conhecer mais algumas das espécies de anfíbios e répteis em Portugal, pode ler alguns dos artigos que a Wilder já publicou sobre este tema, aqui e aqui.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

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