Observação de aves. Foto: Wilder/arquivo

Dicas para ajudar as crianças a observar aves

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Chegou recentemente às livrarias o “O Meu Guia de Aves”, de Gonçalo Elias e José Frade, para as crianças descobrirem 124 espécies comuns em Portugal. Os autores deixam as suas sugestões para ajudar os mais pequenos a sair de casa e observar aves.

Em Portugal há cerca de 300 espécies diferentes de aves para descobrir. Muitos são já aqueles que observam e/ou fotografam aves selvagens em liberdade.

Segundo José Frade, a fotografia de aves selvagens pode ajudar as crianças a aproximarem-se da natureza. “Não só a fotografia mostra melhor a realidade, como pode ser um fio condutor para as próprias crianças tentarem obterem imagens da natureza”, disse à Wilder. 

Um dos conselhos que este fotógrafo que se dedica às aves selvagens dá às crianças (e aos seus pais) que gostavam de começar a fotografar aves selvagens é “ter paciência, muita paciência”, “o elemento fundamental para quem pretende fotografar aves”. É ter “perseverança e não desistir, isto porque, por norma, as fotos não saem como queremos sempre que queremos”.

Gonçalo Elias lembra que “observar aves é uma actividade que pode ser feita em qualquer local e em qualquer altura do ano”. Assim, sugere que “comecem ao pé de casa, procurando descobrir que aves ocorrem no vosso bairro, na vossa localidade e no vosso concelho”.

E o que levar? “Um binóculo é essencial para conseguirmos ver os detalhes. Quem gostar de fotografia pode também pensar em adquirir material fotográfico para captar imagens das aves”, acrescentou o responsável pelo portal Aves de Portugal.

José Frade acredita que as espécies que chamam mais a atenção das crianças são as aves mais coloridas e as aves de jardim. “As primeiras pelas razões obvias, as segundas pela facilidade da obtenção das imagens.”

Gonçalo Elias sugere que as crianças podem começar por procurar aves aquáticas como por exemplo garças, patos, gaivotas, corvos-marinhos e galinhas-d’água. Estas “são grandes e relativamente fáceis de encontrar”.

“Outra opção, especialmente para quem não tem zonas de água por perto, passa por observar as aves que andam em redor das habitações.” E há uma grande diversidade de espécies que se podem encontrar, desde pardais e pombos a andorinhas, andorinhões, rolas-turcas, rabirruivos, alvéolas ou estorninhos, por exemplo.

“A seguir podemos estender a busca a um parque urbano ou a uma reserva natural. Progressivamente vamos conhecendo novos locais e encontrando novas espécies.” Entre os locais que vale a pena procurar estão serras, zonas agrícolas, lagoas e albufeiras, margens de rios e praias.

O “segredo” para conseguir ver as 124 espécies descritas no livro é “investigar diferentes habitats, visitar diferentes regiões e procurar em diferentes épocas do ano”, dizem Gonçalo e José.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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