O leitor Pedro Coelho fotografou estes fungos a 20 de Novembro de 2023 em Tardariz, São Pedro da Cova, Gondomar, e pediu ajuda na identificação. A associação Ecofungos responde.
“Envio estas duas fotos de fungos que nasceram no jardim e que não sei o que são. São venenosos? Existe algum problema de o meu cão andar por perto?”, perguntou o leitor à Wilder.
Trata-se de um fungo da espécie pénis-de-cão (Mutinus caninus).
Espécie identificada e texto por: Ecofungos – Associação Micológica.
As duas fotos correspondem a um fungo muito curioso, a Mutinus caninus.
A espécie que o leitor fotografou é muito curiosa por vários motivos, a começar pelo nome (“Pénis de cão”).
Trata-se de uma espécie inserida num grupo de fungos que na sua evolução adotou uma estratégia de sobrevivência interessante: mimetiza a carne em putrefação (cor e cheiro), atraindo insetos necrófagos.
Os esporos são liquefeitos, na sua maturação, e ficam impregnados no corpo dos insectos que por ali passam. Deste modo, estes insectos contribuem para a dispersão dos esporos da espécie transportando-os para distâncias muito consideráveis.
Esta espécie, a Mutinus caninus, assemelha-se a outras que já identificámos aqui, como por exemplo, a Phallus impudicus e a gaiola-de-bruxa (Clathrus ruber), que desenvolveram a mesma estratégia de dispersão dos seus esporos.
Esta espécie desenvolve-se inicialmente sob a forma de um ovo gelatinoso, que se irá manter até à maturação final do fruto (cogumelo). Este ovo fica no solo e disponibiliza a humidade necessária ao cogumelo para que se mantenha fresco por mais tempo, a fim dos seus esporos serem transportados.
É uma espécie sapróbia ou decompositora.
Agora é a sua vez.
Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.
Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.