A leitora Eugénia Duarte viu este sapo a 7 de Outubro em Sintra e pediu ajuda para saber a espécie. Rui Rebelo responde.
“Encontrei este sapo no meu jardim em Sintra. Já é a segunda vez que isto acontece e fico surpreendida pois não temos lagos nem fontes de água de onde possa provir. Foi a cadela que alertou e tentou apanhar tendo tocado com o nariz. Que espécie é? Posso libertar na ribeira (não poluída)? Terá toxinas na pele e poderá a minha cadela correr perigo?”, perguntou a leitora à Wilder.
Trata-se de um sapo-comum (Bufo spinosus).
Espécie identificada e texto por: Rui Rebelo, investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
As fotos não são muito boas para uma identificação. Mas tenho quase a certeza de que se trata de um sapo-comum, Bufo spinosus.
Sim, estes sapos têm toxinas na pele e os cães que os tentam comer ou lamber podem ficar bastante nauseados/ vomitar. Mas que eu saiba não há casos de morte (e o cão em questão nunca mais tenta comer algo semelhante).
E sim, pode ser libertado nas ribeiras ou em qualquer zona florestal em Sintra. É bastante comum na serra e não precisa de água (fontes ou lagos) para viver; apenas para se reproduzir. Se for “libertado” num tanque pode morrer afogado, mas se houver margens rasas sai sem problema quando quiser.
E se for transportado em mãos nuas, essas mãos devem ser lavadas de seguida (basta sabão), sem as levar entretanto à boca ou aos olhos.
O sapo-comum é o “amigo do hortelão”. A presença dele nas hortas é comum e bem vinda, porque alimenta-se preferencialmente de caracóis e lesmas.
Os olhos vermelhos são o que facilita a sua identificação, pois há outra espécie semelhante em Portugal, mas com olhos verdes.
Agora é a sua vez.
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