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Que espécie é esta: alho-bravo

11.03.2022

O leitor José Falcão fotografou esta planta a 7 de Março em Milheirós, Maia, e quis saber qual é a espécie. Carine Azevedo responde.

“Fotografei estas flores no quintal de um tio em Milheirós – Maia e gostava de saber o que é”, escreveu o leitor à Wilder.

Trata-se da planta alho-bravo (Allium triquetrum).

Espécie identificada e texto por:  Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.

Tudo indica que a planta fotografada é um alho-bravo (Allium triquetrum), uma espécie da família Amaryllidaceae.

É uma espécie nativa da região oeste e central do Mediterrâneo. Em Portugal é mais comum a norte, na faixa do litoral, no entanto há registo da sua existência noutras regiões do país.

Estas plantas surgem, habitualmente, em comunidades herbáceas, formando pequenos tufos. É comum encontrar-se em clareiras ou no subcoberto de pinhais e carvalhais, ao longo da margem de linhas de água, taludes e bermas de estradas, preferencialmente em locais húmidos e com alguma sombra.

É uma pequena planta perene, bolbosa, caracterizada por possuir um caule florífero triangular. 

Pode crescer entre 10 a 45 cm de altura e possui duas a cinco folhas lineares, verdes e uma inflorescência em forma de umbela, com 3 a 15 flores. 

A floração ocorre entre fevereiro e maio. As flores são brancas e possuem uma faixa longitudinal verde a meio de cada tépala – peça floral não diferenciada em pétala ou sépala.

O fruto é uma cápsula, que quando maduro liberta naturalmente as inúmeras sementes que aloja no seu interior.

Toda a planta tem um leve aroma a alho.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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