O leitor António Damásio fotografou esta flor a 1 de Março num jardim da Amadora e pediu ajuda na identificação. Carine Azevedo responde.
“Hoje, dia 1 de Março, num passeio pelo jardim na Amadora fotografei esta pequenina e bonita flor que gostaria de conhecer melhor através das vossas informações”, escreveu o leitor à Wilder.
Trata-se de uma granza (Sherardia arvensis).
Espécie identificada e texto por: Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.
Tudo indica que a fotografia mostra uma planta nativa, vulgarmente conhecida como granza, granza-dos-campos (Sherardia arvensis L.). Trata-se da única espécie do género Sherardia e pertence à família Rubiaceae, que inclui outras plantas conhecidas, como o café (Coffea spp.).
A granza é originária da região mediterrânica e tem uma ampla distribuição por várias regiões da Europa, Ásia Ocidental, norte de África e Macaronésia.
Em Portugal, é encontrada um pouco por todo o território continental, especialmente em terrenos cultivados, baldios e bermas de caminhos. A planta também é nativa do arquipélago da Madeira e acredita-se que terá sido introduzida nos Açores.
Esta planta pode atingir até 50 cm de altura e caracteriza-se por um hábito prostrado. Os caules são ásperos devido a pequenos acúleos (saliência pontiaguda rija e afiada, semelhante a um espinho ou pico) presentes na sua superfície. As folhas são pequenas e, geralmente, agrupam-se em grupos de 6 por verticilo, sendo igualmente ásperas na página superior.
A planta floresce entre fevereiro e junho, com pequenas flores dispostas em inflorescências compactas de cor azulada ou lilás, localizadas no topo dos caules.
As flores conferem uma aparência vibrante a esta planta discreta, atraindo os insetos polinizadores.
Agora é a sua vez.
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