O leitor Nuno Cândido fotografou este morcego em Caparide, Cascais, a 1 de Junho e pediu ajuda na identificação. Paulo Barros responde.
“Meu nome é Nuno Cândido e sou aficionado de fotografia de natureza e vida selvagem. Fotografei recentemente este morcego em Caparide concelho de Cascais. Por gentileza, seria possível identificar a espécie?”, escreveu o leitor à Wilder.
Trata-se de um morcego do género Pipistrellus sp.
Espécie identificada por: Paulo Barros, investigador na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e membro da equipa de investigadores para os morcegos do Livro Vermelho dos Mamíferos de Portugal Continental.
Segundo o investigador, apenas é possível identificar o género, não a espécie.
Há morcegos mais fáceis de identificar e algumas espécies são mesmo inconfundíveis, como o morcego-rabudo (Tadarida teniotis). Mas tal não é o caso do morcego da fotografia que o leitora nos envia.
Para identificar a espécie (das três que ocorrem em Portugal do género Pipistrellus) seria necessário “ter o bicho na mão”, explica Paulo Barros.
Algumas das formas de distinguir essas três espécies são, por exemplo, observar a “coloração dos órgãos genitais e a forma como as nervuras das asas são apresentadas”, explica o investigador. Normalmente, é necessário observar um conjunto de características distintivas para chegar à espécie.
Os morcegos do género que o leitor observou, Pipistrellus, são das espécies de morcegos mais comuns no nosso país. Por exemplo, o morcego-anão (Pipistrellus pipistrellus) ocorre frequentemente nas cidades. “É fácil de o vermos a voar à volta dos candeeiros.”
Estes são morcegos fissurícolas, isto é, abrigam-se debaixo de telhas e em fissuras nos edifícios, mesmo com apenas alguns milímetros de largura. Por isso, as cidades são “óptimos refúgios para estes morcegos”.
A maior parte dos morcegos que, por vezes, encontramos dentro das nossas casas são do género Pipistrellus.
E os morcegos “retribuem”. Segundo Paulo Barros, “são óptimos controladores de insectos, como melgas e mosquitos, e podem consumir até metade do seu peso numa noite. Podem comer até um milhar de insectos por noite”.
Agora é a sua vez.
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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.