O leitor Hugo Cruz encontrou este anfíbio a 25 de Abril perto da Moita, na margem Sul do rio Tejo e pediu para saber a que espécie pertence. Rui Rebelo responde.
“Vi-o numa zona urbana que faz fronteira com uma grande zona rural, na margem sul do Rio Tejo. Por aqui habitam imensas espécies e faço, frequentemente, registo fotográfico. Desta vez, foi um sapo que entrou para as garagens do prédio. Condenado a que um carro lhe passasse por cima, devolvi-o à natureza”, escreveu o leitor à Wilder.
“Costumo usar a App Google Lens para me ajudar a identificar as espécies com que me vou cruzando mas desta vez não consigo ter uma identificação clara. Podem ajudar?”
Trata-se de um sapo-de-unha-negra (Pelobates cultripes).
Espécie identificada e texto por: Rui Rebelo, investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
“É um sapo-de-unha-negra, Pelobates cultripes! Acho que é a primeira foto desta espécie que vos terá sido enviada”, disse Rui Rebelo.
Esta “é uma espécie difícil de ver porque passa muito tempo enterrada. E a unha negra está só nas patas traseiras. É só uma em cada pata e não é sequer uma unha, mas antes um ‘calo'”.
O sapo-de-unha-negra é um animal noturno e é ao cair da noite que sai do seu buraco, que escavou com as unhas negras que tem em cada uma das patas traseiras, para se alimentar de escaravelhos, minhocas, mosquitos e larvas de insetos.
Este sapo tem uma aparência robusta e mede entre 5 e 8 cm, com olhos que se assemelham aos dos gatos (pupila vertical).
Agora é a sua vez.
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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.