A leitora Katy Ferreira fotografou esta aranha a 25 de Abril em Ovar e quis saber a que espécie pertence. Sérgio Henriques responde.
Trata-se de uma Pisaura mirabilis, uma aranha que como o nome indica é de facto maravilhosa.
Espécie identificada e texto por: Sérgio Henriques, líder do grupo de especialistas em aranhas e escorpiões da UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza) e especialista da Sociedade Zoológica de Londres.
Uma caçadora de velocidade e precisão, esta aranha alimenta-se dos pequenos animais que vivem ao nível do solo.
Quando o macho atinge a maturidade e vai à procura de parceira, captura uma presa que não come, mas que embrulha em seda como presente e que apresenta à fêmea quando a encontrar. Enquanto esta desembrulha a prenda e se alimenta, o macho transfere os seu genes para uma nova geração mirabilis.
Nem todos os machos são tão honestos e alguns comem o insecto que oferecem, não dando portanto nada de valor à fêmea. Outros colocam muita seda para darem a impressão de que a sua prenda é na verdade muito maior do que de facto é.
Mas as fêmeas, como se sabe, não são nenhumas palermas e se desconfiam da honestidade do macho podem justificadamente atacá-lo. Estes, no entanto, têm um último recurso caso o seu truque com a prenda falhe, e fingem-se de mortos. A fêmea fica sem saber o que aconteceu e caridosamente não ataca mais o que ela pensa ser um macho morto, que assim que tem oportunidade “volta à vida” para tentar a sua sorte noutro lugar.
Quando as fêmeas dão à luz carregam o saco de ovos na sua boca até que as crias esteja prontas para nascer. É neste momento que constroem a única teia da sua vida, um berçário para as suas crias, o que lhe dá o seu nome comum em inglês: ‘Nursery web’. As crias vivem juntas e seguras nesta teia bem única com esta função tão específica, guardadas pela sua mãe até que estejam prontas a enfrentar o mundo sozinhas.
[divider type=”thick”]Agora é a sua vez.
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