No domingo passado foi encontrado atropelado um lince-ibérico (Lynx pardinus) na A-4 na região de Villanueva de la Reina, em Jaén (Andaluzia), informou nesta semana o projecto Iberlince.
Trata-se de um macho sem coleira transmissora. A equipa do projecto LIFE Iberlince levou o corpo do animal para o Centro de Análises e Diagnóstico da Fauna Silvestre da Junta da Andaluzia, para se fazer a necropsia.
Segundo um comunicado do Iberlince, através desta intervenção vai tentar-se determinar “de que exemplar se trata com base no padrão de manchas ou, não sendo possível, pelo menos saber a sua idade, já que o corpo se encontrava em bastante mau estado”.
Este lince-ibérico morreu atropelado na A-4 em Jaén, a mesma estrada onde já foram realizadas intervenções precisamente para tentar evitar atropelamentos destes felinos.
A morte por atropelamento é uma das principais ameaças à sobrevivência do lince-ibérico, espécie classificada como Em Perigo de Extinção. Em 2015 morreram 15 animais nas estradas, um deles em Portugal. Trata-se de Hongo, que morreu nas estradas de Santarém. Cerca de um ano depois, neste Outubro, foi a vez de Kentaro, no concelho da Maia.
Para tentar resolver este problema, no final de Outubro, representantes do Ministério espanhol do Fomento e da Junta da Andaluzia comprometeram-se a finalizar em 2017 as intervenções nos “pontos negros” viários andaluzes, segundo a agência de notícias EuropaPress. Alguns desses locais são, em Doñana, a A-481, a A-442 (de Mazagón a Moguer), a A-49 (Sevilha-Huelva) e a A-483 (Bollullos-Matalascañas). Também são perigosas as A-4, a N-420 e a A-301.
Na semana passada, foi anunciada a construção de uma passagem com 15 metros de comprimento para a fauna – mais concretamente para facilitar as deslocações do lince-ibérico – na A-483, entre Almonte e El Rocío (Huelva), noticiou o jornal La Vanguardia.
Em Portugal, na região do Vale do Guadiana, no Alentejo, há oito sinais de trânsito que avisam os condutores que estão a circular na área de reintrodução do lince-ibérico. Quatro estão na EN122 e quatro estão na ER267. No âmbito do Iberlince, a Infraestruturas de Portugal (IP) está a implementar limpezas das bermas e taludes, para aumentar a visibilidade quer do animal, quer dos condutores.
[divider type=”thick”]Agora é a sua vez. Saiba o que fazer quando vir um lince.
Ver linces-ibéricos em Portugal já não é assim tão impossível. É preciso estar preparado. Pedro Rocha, director do Parque Natural do Vale do Guadiana, deixa algumas sugestões que podem ajudar à conservação da espécie.
Se vir um lince deve ter atenção à cor da coleira, já que cada animal reintroduzido traz uma coleira emissora de cor diferente. Depois, o Parque Natural do Vale do Guadiana agradece o seu contacto para:
Telefone: 286.612.016
Email: [email protected]
E há que ter muita atenção aos sinais da estrada entre Mértola e Beja. “Os linces estão nessa zona. A sério. Aqueles sinais não são só folclore. Há linces a passar”, salienta Pedro Rocha. Existem mais hipóteses de os encontrar durante os períodos crepusculares (ao amanhecer e ao anoitecer), já que é quando os animais estão mais activos.