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São 70 as espécies de aves que estão a chegar a Portugal

29.03.2016

As andorinhas começaram a chegar a Portugal em Janeiro, mas os cucos só estão de regresso ao país com o início da Primavera, em Março. Já o rouxinol-do-mato costuma chegar apenas em Maio, mais próximo do calor do Verão.

 

São cerca de 70 as espécies de aves estivais que ocorrem em Portugal, explica Carlos Godinho, coordenador do projecto Chegadas, da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA).

Chegam entre o final do Inverno, como as andorinhas que se começam a ver e ouvir entre Janeiro e Fevereiro, e o final de Maio, como os rouxinóis-do-mato. Depois, quando termina o Verão e começa o Outono, rumam para locais mais quentes.

Com 68 observações registadas, são as andorinhas-das-chaminés a espécie estival que tem sido mais observada, de acordo com o último relatório publicado do projecto Chegadas, relativo a 2012. Nesse mesmo ano, seguiram-se os cucos-canoros (57), o andorinhão-preto (54), o abelharuco (53) e o milhafre-preto (48).

 

Andorinhões-pretos. Foto: Keta / Wiki Commons
Andorinhões-pretos. Foto: Keta / Wiki Commons

 

No entanto, estas cinco espécies formam apenas uma pequena parte das 1.214 observações registadas que em 2012 foram recolhidas pelos responsáveis deste projecto, cujo objectivo é aumentar o conhecimento sobre as chegadas e partidas das aves estivais.

Sendo um projecto de base voluntária, baseia-se na informação prestada por todos os interessados. Em 2012, tinham sido contabilizados 194 colaboradores, e já nessa altura a recolha dos dados tinha origem em diversas fontes – como continua a acontecer agora.

 

Rouxinol-comum. Foto: Freibeck / Wiki Commons
O rouxinol-comum chega a Portugal em Março. Foto: Freibeck / Wiki Commons

 

“Existe um conjunto de observadores regulares que todos os meses nos enviam dados por email ([email protected]), mas muitas pessoas colocam também as suas observações em plataformas ‘online’”, indica Carlos Godinho. A tendência é crescente para os registos no Portugal Aves (eBird), coordenado pela SPEA, mas também o Fórum Aves é muito consultado.

Os responsáveis do projecto recorrem a todas estas plataformas para compararem os registos com os anos anteriores – percebendo, por exemplo, se algumas espécies estão a chegar em datas diferentes do que era habitual. “Muitas espécies estão a mostrar tendência para chegarem mais cedo”, aponta o responsável da SPEA.

Devido às mudanças na coordenação do Chegadas, os relatórios desde 2013 não foram ainda publicados. E por isso, este ano optou-se por publicar um documento com a comparação de todos os dados já disponíveis, desde o início do projecto, em 2003, até 2015. “Gostava muito de ter este relatório no Congresso da SPEA, no final de Abril.”

Também este ano, e pela primeira vez, está em cima da mesa a publicação de um artigo científico com base nos dados do Chegadas, adianta Carlos Godinho.

 

[divider type=”thin”]Agora é a sua vez.

Carlos Godinho, coordenador do projecto Chegadas, da SPEA, indica-lhe algumas espécies de aves estivais que chegam a Portugal durante o mês de Março:

– Águia-calçada

– Cuco-comum

– Rouxinol

– Picanço-barreteiro

– Andorinhão-pálido

– Andorinhão-preto

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

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