Quarenta voluntários passaram a manhã de sábado, 25 de Junho, a melhorar a Barrinha de Esmoriz/Lagoa de Paramos (Ovar/Espinho) para a vida selvagem. Foram removidos 1.500 quilos de chorão, planta invasora, e recolhidos sacos cheios de palhinhas e tampas de plástico.
À partida, a iniciativa organizada pela SPEA (Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves), no âmbito do projeto “Cidadania pela Natureza – Conservação de Áreas Protegidas”, visava somente a recolha do lixo. Mas depressa o objectivo foi alargado. “Apercebemo-nos que havia pouco lixo e deparámo-nos com uma grande quantidade de chorão, que está a invadir toda a zona da barrinha, nomeadamente o sistema dunar”, conta Alexandra Lopes, coordenadora do departamento de cidadania ambiental da SPEA à Wilder. À semelhança da acácia, o chorão é uma espécie que importa combater por comprometer o crescimento das plantas endémicas e reduzir a biodiversidade das áreas que ocupa.
Os 40 voluntários – que se dividiram em dois grupos, um para atuar do lado de Ovar e, o outro, de Espinho – conseguiram remover 1.500 quilos de chorão. Parte foi ensacada e outra foi arrancada e deixada no local, a secar. Alexandra Lopes explica que se pode recorrer a este segundo método quando não há forma de remover completamente o chorão. Porém, há que deixar as raízes para cima, pois caso contrário o chorão volta infiltrar-se na terra facilmente.
Em nome da preservação e conservação destes 396 hectares, classificados como Área Importante para as Aves e Biodiversidade e integrados na Rede Natura 2000, os voluntários ainda conseguiram encher alguns sacos de lixo, principalmente com palhinhas e tampas de plástico, que foram transportadas pelas correntes.
Desta vez, a SPEA teve o apoio das autarquias de Ovar e de Espinho, Juntas de Freguesia de Paramos e de Espinho, Movimento Cívico Pró-Barrinha de Esmoriz, VO.U. – Associação de Voluntariado Universitário, FAPAS (Fundo para a Protecção dos Animais Selvagens), Unidade de Vida Selvagem/DBIO – Universidade de Aveiro, Agrupamento de Escuteiros de Anta e Associação Amigos do Caster.
O projecto “Cidadania pela Natureza – Conservação de Áreas Protegidas”, projeto coordenado pela SPEA e financiado pelo programa de atividades de âmbito ambiental da Toyota Motor Corporation, promete não ficar por aqui, visto que ainda há muito trabalho a fazer, em conjunto. Só o chorão “dá pano para mangas”, disse Alexandra Lopes, e atrair um número crescente de voluntários e parceiros locais, dispostos a prestar o seu contributo para preservação do património natural é, sem dúvida, o objetivo primordial.
[divider type=”thick”]Saiba mais.
Em Março, a Wilder esteve na Barrinha de Esmoriz e na Lagoa de Paramos a saber de perto mais detalhes sobre o “Cidadania pela Natureza”. Leia aqui a reportagem.
[divider type=”thick”]Agora é a sua vez.
Fique a conhecer 10 espécies de aves que pode observar na Barrinha de Esmoriz, sugeridas pela SPEA, se um dia visitar esta área natural:
Pato-real (Anas platyrhynchos): Cabeça verde e bico amarelo, anel branco no pescoço. Residente, nidifica entre Março e Julho.
Corvo-marinho (Phalacrocorax carbo): Preto, com bico amarelo e pescoço comprido, porte médio ou grande. Sobretudo invernante (Setembro a Abril).
Garça-branca-pequena (Egretta garzetta): De tamanho médio, tem plumagem totalmente branca. Bico e patas pretos, dedos amarelos. Pescoço longo. Residente.
Garça-real (Ardea cinerea): Grande e cinzenta, esta garça é mais comum no Inverno.
Águia-sapeira (Circus aeruginosus): Tem os ombros e a nuca pálidos. Voo ondulado, planando a pequena altura. Maioria residente.
Galeirão (Fulica atra): Tem o mesmo tamanho dos patos. Todo preto, mas bico e placa frontal são brancos. Residente.
Pilrito-das-praias (Calidris alba): É pequeno e de tonalidade pálida, mas de bico e patas pretas. Mais comum nas épocas de passagem e de invernada (Setembro a Março).
Guincho (Chroicocephalus ridibundus): Gaivota pequena, de bico e patas vermelhas, apresenta um capuz castanho-escuro na Primavera e Verão. É principalmente invernante (Julho a Março).
Gaivota-de-patas-amarelas (Larus michahellis): Dorso e asas prateadas, com pontas pretas. Patas e bico amarelos. Comum todo o ano.
Gaivota-d’asa-escura (Larus fuscus): Dorso e asa cinzento-escuros. Patas e bico amarelos. Mais abundante no Inverno.