Retrato de um naturalista: João Carvalho

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João Carvalho, 17 anos e estudante na cidade do Porto, guarda os seus fins-de-semana para ir fotografar animais e plantas, em especial aves. Até hoje já captou imagens de 80 espécies diferentes por todo o país, em campos agrícolas, estuários, serras e ilhas.

WILDER: Quando começou a fotografar aves selvagens?

João Carvalho: Comecei a fotografar aves em 2015. Comecei a interessar-me numa viagem de barco onde vi várias espécies a voar perto de mim como garças, grifos e pegas-azuis.

Chapim-de-poupa

W: Porque começou? O que o fascina nestes animais e na natureza em geral?

João Carvalho: Ganhei o gosto pela ornitologia com o meu pai e foi com ele que fui aprendendo a observar melhor estes animais fantásticos. Na natureza e nos animais, não só as aves, o que me fascina é a tranquilidade que eles nos transmitem.

W: O que representa a fotografia de natureza na sua vida?

João Carvalho: A fotografia, nomeadamente das aves, é ir além da sua observação. É tentar colocá-las dentro de uma simples câmara.

W: Quais as aves que mais gosta de observar e de fotografar?

João Carvalho: A minha ave favorita é, sem dúvida, o guarda-rios. Já o vi várias vezes mas, infelizmente, ainda não consegui tirar nenhuma fotografia. Há ainda outras aves igualmente fascinantes e ouvir o seu canto é também algo único.

Garça-real

W: Quantas espécies já fotografou e em que regiões?

João Carvalho: Ao longo destes anos já fotografei entre 80 a 90 espécies diferentes. São fotografias tiradas em várias regiões, essencialmente em Portugal Continental. Tenho ainda algumas fotos de aves tiradas em Espanha e no arquipélago dos Açores.

W: Com que frequência costuma ir para a natureza fotografar, ou apenas observar, espécies?

João Carvalho: Há quem goste de ir apenas observar as aves, mas eu não sou assim. Normalmente costumo ir fotografar aves aos fins-de-semana e não apenas observar.

Cegonha-branca

W: Qual o seu objectivo com este projecto de fotografia de aves selvagens?

João Carvalho: Pretendo mostrar esta atividade chamada birdwatching às pessoas que ainda não a conhecem e que existe um maravilhoso mundo para descobrir.

Tentilhão-dos-Açores

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Conheça aqui a nossa série “Retrato de um Naturalista”.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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