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flamingos no meio de um curso de água
Flamingos. Foto: Andrea Schaffer/Wiki Commons

Pisco-de-peito-azul e flamingos animaram bioblitzs do Barreiro e Seixal

30.11.2017

A chuva atrapalhou bastante os bioblitzs do último fim-de-semana de Novembro, que se realizaram no Moinho de Maré de Corroios, no Seixal, e na Mata Nacional da Machada, no Barreiro. Mas quem foi, teve a surpresa de “observar espécies giras e que não são assim tão comuns”.

 

Quem o diz é Inês Teixeira do Rosário, uma das responsáveis da BioDiversity4All, que organizou estas duas iniciativas de ciência cidadã e destaca a observação de aves como o pisco-de-peito-azul e os flamingos.

Um bioblitz tem como objectivo registar o maior número possível de espécies num determinado local, juntando população e cientistas, em poucas horas.

Contas feitas, o tempo cinzento e chuvoso afectou bastante o número de participantes. Em especial no último sábado, dia 25 de Novembro, quando choveu mais: ao bioblitz do Seixal, compareceram apenas oito pessoas. No Barreiro, a acção decorreu um pouco melhor, com 17 interessados.

Ainda assim, em conjunto com especialistas de vários grupos de espécies, como aves, plantas, insectos e invertebrados marinhos, fizeram-se dezenas de observações, com bons resultados.

 

pisco de peito azul em cima de um tronco
Pisco-de-peito-azul (Luscinia svecica). Foto: Frebeck/Wiki Commons

 

No Seixal, registaram-se 48 espécies, incluindo 29 espécies aves e 12 de plantas. Quase metade, 23, eram espécies novas para o Moinho de Maré de Corroios.

Quanto à Mata Nacional da Machada, o dia foi ainda mais produtivo, com o registo de 60 espécies no total, em especial de aves (17), plantas (27) e quase uma dezena de insectos.

Espécies novas para o local? Um total de 11, uma vez que neste espaço verde, que é o maior do concelho do Barreiro, se têm realizado já várias acções ligadas à biodiversidade.

A partir de Janeiro, está prevista a realização de mais bioblitzs noutros concelhos da Península de Setúbal, a começar por Sesimbra e pelo Montijo, adiantou Inês Teixeira do Rosário, que é também investigadora na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

Estes bioblitzs têm recebido o apoio dos municípios da região e estão a ser promovidos pela Simarsul, empresa que gere o sistema multimunicipal de saneamento de águas residuais em oito concelhos da Península de Setúbal. Por esse motivo, os locais escolhidos, quando possível, “têm uma componente aquática grande”, explicou ainda a mesma responsável.

 

[divider type=”thin”]Saiba mais.

Conheça os números das observações e espécies que foram registadas neste último fim-de-semana, nos bioblitzs do Seixal e do Barreiro.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

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