Conheça a resposta de Diogo Parrinha, herpetólogo e aluno de doutoramento do BIOPOLIS/CIBIO, ligado à Universidade do Porto.
As serpentes deitarem a língua de fora está associado à percepção quimiossensorial, uma espécie de sexto sentido.
A língua bífida das serpentes recolhe compostos voláteis do ambiente, que depois leva para o órgão vomeronasal (ou orgão de Jacobson), situado no céu boca e associado ao sistema olfatório, onde as partículas são processadas. É quase como “saborear os odores”.
Em Portugal, todas as serpentes (e alguns lagartos) têm a língua bífida. O facto desta língua ter dois pontos de recolha, que depois levam as partículas aos dois receptores respectivos no órgão vomeronasal, aumenta a capacidade sensorial e dá uma melhor percepção da direcção dos odores.
E para que usam essa capacidade? No fundo, este é um sentido como os outros, utilizado para orientação e percepção do ambiente, mas é essencialmente utilizado para procurar alimento, especialmente nas serpentes que caçam ativamente.