Cerca de duas horas é o tempo programado para o bioblitz do Bom Jesus de Braga, que acontece já este sábado à tarde entre o verde das árvores centenárias que vivem junto ao santuário.
“A essência será que todos partilhem do conhecimento dos especialistas convidados e que possam ter a oportunidade de observar a riqueza faunística e florística que a zona nos oferece”, indicou à Wilder o director-executivo do Laboratório da Paisagem de Guimarães, que realiza esta iniciativa em conjunto com a Câmara de Braga.
Carlos Ribeiro explica também que o formato deste bioblitz vai depender do número de interessados. Se forem menos, haverá “um grupo único com todos os participantes e especialistas promovendo uma observação das espécies em conjunto”.
Já com um número maior, acrescenta, “partiremos para a essência do Bioblitz com a divisão em grupos e a manutenção de especialistas sempre por perto, para irem monitorizando a actividade de cada grupo”.
Neste local junto ao Bom Jesus do Monte, escolhido “pelo simbolismo que tem para a cidade”, os organizadores quem dar a ver uma paisagem normalmente associada ao património cultural com outros olhos.
“A componente arbórea do Bom Jesus é muito interessante, possuindo espécimes centenários, e muitos deles são essenciais para diferentes aves e mesmo outros grupos de organismos”, exemplifica Carlos Ribeiro.
Carvalhos, medronheiros, faias e loureiros são comuns neste local, onde já têm sido também observadas aves como o verdilhão, a trepadeira-azul, o pombo-torcaz e várias espécies de chapins, descreve.
“Haverá ainda a possibilidade, através de especialistas que cooperam com o projecto “Charcos com Vida”, de mostrar o quão surpreendente pode ser a biodiversidade encontrada num simples ‘charco’.”
Além de especialistas em plantas, aves e morcegos e ainda em anfíbios, quem se juntar a este bioblitz vai poder fazer perguntas a biólogos que estudam os invertebrados terrestres e também os macroinvertebrados.
Alguns destes investigadores trabalham no Laboratório da Paisagem – associação que nasceu de uma parceria entre a Câmara Municipal de Guimarães, a Universidade do Minho (UM) e a Universidade de Trás-os-Montes (UTAD). Outros vêm da própria UTAD e também da UM.
Inventariar a biodiversidade em Braga
Para além de “sensibilizar os cidadãos para a importância da preservação da biodiversidade”, o objectivo desta acção é também “começar a inventariar a mesma no concelho de Braga”, acrescenta por sua vez Cristina Costa, do Gabinete de Ambiente da autarquia.
E o que acontece ao registo das espécies observadas? Desde logo esses dados vão ser partilhados e comentados em conjunto, quando terminar o bioblitz, adianta Carlos Ribeiro. Vão ser também entregues à Câmara de Braga e divulgados pelo Laboratório da Paisagem.
No final, os organizadores esperam também “ter um espólio [de imagens] criado pelos próprios participantes.” “Muitas vezes não é necessário ser um especialista em fotografia, bastará ser um apaixonado pela observação”, assegura.
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Encontre mais informações sobre este bioblitz na agenda da Wilder.