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Seis mochos e corujas devolvidos à natureza em Viseu

09.09.2015

Entre o final da tarde e o anoitecer desta terça-feira, um mocho-galego e cinco corujas-das-torres foram devolvidos à natureza em quatro localidades do distrito de Viseu, depois de terem sido recuperados pela equipa do CERVAS.

 

As histórias destas aves são diferentes mas todas acabaram por ter um final feliz. E foram vários aqueles que quiseram presenciar o momento e ver de perto estas rapinas nocturnas.

As três corujas-das-torres (Tyto alba) libertadas em Sul (São Pedro do Sul) “tinham sido retiradas do ninho quando ainda eram crias por estarem em risco devido a uma intervenção no edifício por parte dos seus proprietários”, explica o CERVAS – Centro de Ecologia, Recuperação e Vigilância de Animais Selvagens (em Gouveia).

Os animais foram retirados do local com a ajuda do SEPNA/GNR de Viseu que os entregou no CERVAS para avaliação e recuperação. “Nenhuma das corujas apresentava lesões” e o trabalho a fazer foi de “desenvolvimento da plumagem, treino de voo, caça e socialização com outras corujas-das-torres de diferentes idades, durante várias semanas”. A devolução à Natureza das corujas teve lugar numa zona agrícola próxima de áreas florestais na periferia da aldeia, a poucos metros do local de onde tinham sido retiradas.

Uma outra coruja-das-torres foi libertada numa zona agrícola junto a áreas florestais em Bodiosa (Viseu). A ave tinha sido encontrada junto a uma estrada, provavelmente depois de ter sido atropelada ou de ter colidido contra alguma estrutura. Como tinha uma fractura numa das asas, “o processo de recuperação consistiu em imobilização do membro afectado, seguida de fisioterapia, treino de voo, caça e socialização com outras aves da mesma espécie”.

A coruja libertada em Nespereira, São Pedro do Sul, tinha sido encontrada no chão, quando ainda era uma cria, num local muito próximo do ninho. A ave foi recolhida e encaminhada de imediato para o CERVAS pelas pessoas que a encontraram, e de seguida o processo de recuperação consistiu em desenvolvimento da plumagem, treino de voo, caça e socialização com outras aves da mesma espécie.

O mocho-galego (Athene noctua) devolvido à natureza em São Martinho de Orgens (Viseu) tinha sido encontrado numa estrada, sem conseguir voar. Provavelmente foi atropelado por um carro. As pessoas que recolheram o mocho encaminharam-no para o SEPNA/GNR de Viseu que o encaminhou para o CERVAS. Aqui percebeu-se que não tinha fracturas e foi alimentado, recebeu fisioterapia, treino de voo, caça e socialização com outros mochos-galegos.

 

[divider type=”thin”]Descubra mais

Conheça melhor o trabalho do CERVAS para recuperar aves de rapina nocturnas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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