O aumento imparável da caça a rinocerontes e a elefantes foi um dos motivos que levou a Assembleia Geral das Nações Unidas a adoptar ontem, por unanimidade, a primeira resolução de sempre contra o tráfico de animais selvagens.
Reconhecendo que os animais selvagens e as plantas são “parte insubstituível dos sistemas naturais da Terra”, a Assembleia Geral das Nações Unidas apelou ontem aos seus 193 Estados membros para tomarem medidas decisivas para evitar, combater e erradicar o tráfico de vida selvagem, “tanto do lado da oferta como da procura”.
Os defensores desta resolução acreditam que este pode ser o início de um esforço mundial para responder à caça e ao comércio ilegais de animais selvagens.
Esta semana, um elefante foi abatido perto do Parque Nacional Kruger, na África do Sul, e cinco outros elefantes – uma fêmea e as suas quatro crias – foram mortos num parque no Quénia, por causa das suas presas, lembra o jornal New York Times.
“O tráfico de vida selvagem não ameaça só as espécies e os ecossistemas; afecta a sobrevivência das comunidades locais e enfraquece as atracções turísticas”, disse o presidente da 69ª sessão da Assembleia Geral, num testemunho lido pelo vice-presidente, Denis G. Antoine.
A resolução sugere que se reforce a legislação necessária para prevenir, investigar e condenar os responsáveis pelo tráfico e que se reforce a resposta da Justiça. Mais especificamente, o texto pede aos Estados membros que considerem como “crime grave” o tráfico de espécies protegidas de fauna e flora selvagem, que envolvam grupos organizados.