A petição, da iniciativa de um grupo de cidadãos, pede a conciliação da protecção das espécies com uma exploração sustentável da vinha nas ilhas do Pico e da Terceira.
Em causa está a decisão do governo regional de permitir, pela primeira vez, o abate do pombo-torcaz-dos-Açores (Columba palumbus azorica), melro-preto-dos-Açores (Turdus merula azorensis) e estorninho-dos-Açores (Sturnus vulgaris granti) em zonas de vinha naquelas ilhas. A razão é o excesso da população destas aves e os estragos causados à agricultura.
No texto da petição, até hoje com 544 assinaturas, lê-se que estas subespécies só existem nos Açores e, além de terem “um elevado valor natural”, têm “um papel fundamental na manutenção dos frágeis e ameaçados ecossistemas insulares”.
A petição lembra que a decisão do governo açoriano está contra a legislação europeia que proíbe o abate destas aves durante o seu período reprodutor.
Além disso, a petição lembra que não há uma “sólida sustentação científica” para a justificação da decisão. “Não são conhecidos quaisquer inventários e não é conhecida nenhuma avaliação minimamente rigorosa dos danos que estas espécies ocasionam”.
Os responsáveis pela petição pedem a retirada imediata dos despachos governamentais que autorizam a caça destas aves, medidas para criar nas culturas da vinha um modelo de agricultura sustentável e respeitador da natureza e uma aposta no ecoturismo.
A Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza juntou-se hoje ao apelo.