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Há 1.451 milhafres-reais invernantes na vizinha Andaluzia

25.08.2015

Os últimos censos de aves que passam o Inverno na Andaluzia revelaram que há 1.451 milhafres-reais (Milvus milvus) nesta região junto à fronteira com Portugal.

 

Os indivíduos contabilizados estão distribuídos por 28 dormitórios – normalmente zonas arborizadas rica em presas, como o coelho-bravo e roedores – e representam 5% dos 30.000 milhafres-reais que passam o Inverno em Espanha, segundo dados da Junta da Andaluzia divulgados ontem.

A província de Córdova é a que recebe mais milhafres-reais durante o Inverno, com 678 animais confirmados, seguida de Sevilha (321), Huelva (259) e Cádiz (193).

O milhafre-real é uma espécie classificada Em Perigo de extinção em Espanha e está incluída no Plano espanhol de Recuperação e Conservação de Aves Necrófagas. Em Portugal, esta é uma espécie classificado como Criticamente em Perigo, no Livro Vermelho dos Vertebrados (2005). Em 2003 estimava-se que a população reprodutora residente fosse de apenas 50 a 100 casais. Está em declínio acentuado desde há várias décadas como nidificante e tornou-se bastante raro. No Inverno, o país recebe as aves vindas da Europa Central e do Norte.

A Andaluzia faz estes censos aos milhafres-reais invernantes todos os anos desde 2005, com a colaboração da Estação Biológica de Doñana. Equipas de entre duas a cinco pessoas, com binóculos e telescópios, procuram milhafres nas zonas consideradas aptas para a alimentação e descanso destas aves.

O milhafre-real é uma espécie com uma dieta muito variada que inclui roedores, aves pequenas, anfíbios, répteis, peixes e restos de cadáveres de animais pequenos. “Em certa medida, ajuda a limpar os campos e as zonas abertas da Andaluzia”, segundo a Junta. “Ao ser muito vulnerável aos tóxicos também é um verdadeiro bioindicador dos ecossistemas andaluzes dentro da sua área de distribuição”, acrescenta.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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