O Parque Nacional de Doñana, em Espanha, foi reconhecido ontem pelo sucesso no seu trabalho de conservação e entrou para a Lista Verde da União Internacional da Conservação da Natureza (UICN).
“Graças à sua gestão, Doñana tornou-se no maior bastião da conservação para um dos mais ameaçados mamíferos europeus, o lince-ibérico (Lynx pardinus)”, justifica a UICN em comunicado. A entrada na Lista Verde celebra “o excepcional trabalho de Doñana (…) que se traduz, por exemplo, na recuperação do lince-ibérico”, acrescenta.
A Lista Verde da UICN – iniciativa lançada em Novembro de 2014 no Congresso Mundial de Parques, em Sidney – é o primeiro galardão mundial para as boas práticas em áreas protegidas. Doñana é a 24ª área protegida a fazer parte desta lista. A Lista Verde quer criar “uma corrida até ao topo” em termos de conservação mundial, reconhecendo e premiando as melhores práticas e resultados no terreno.
Doñana, além de conservar a biodiversidade do parque, conseguiu garantir benefícios económicos para as comunidades locais, através do turismo, apicultura e comercialização de pinhões e marisco.
“Estamos extremamente felizes por o nosso parque ter sido incluído na Lista Verde da UICN”, disse Juan Pedro Castellano Domínguez, gestor do Parque Nacional e da Reserva Natural de Doñana. “Para nós, o prémio é um reconhecimento dos esforços das muitas pessoas que trabalham em Doñana, da cooperação entre a Andaluzia e outras regiões europeias, o Governo espanhol e a UICN.”
Domínguez acredita que a entrada na Lista Verde vai dar à região reconhecimento internacional. “Para nós que trabalhamos em Doñana, isto também é um incentivo para mantermos o nosso compromisso e a gestão ao mais alto nível neste espaço único”, acrescentou.
Doñana, na Andaluzia, é uma das zonas húmidas mais importantes da Europa, onde se concentram mais de 500.000 aves limícolas.
O estatuto entregue ontem a Doñana mantém-se durante dois anos, durante os quais a área protegida tem de mostrar ser merecedora.