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Centro de recuperação recebe grifo ferido por tiros de caçadeira

26.10.2015

Um grifo (Gyps fulvus), uma das três espécies de abutres em Portugal, foi atingido na zona de Évora com mais de 20 chumbos. A ave está desde sexta-feira aos cuidados do Centro de Recuperação e Investigação de Animais Selvagens (RIAS), em Olhão.

 

“Através de raio-x foi possível confirmar a presença de mais de 20 chumbos alojados no seu corpo e penas”, informa o RIAS, a funcionar na Quinta de Marim.

Este é o primeiro grifo que o centro recebe neste Outono. Normalmente, estas aves – cuja envergadura de asa pode chegar aos 265cm – chegam ao RIAS por causa do cansaço ou debilidade, numa altura em que estão em dispersão para África. Mas este é um caso diferente e o centro já elaborou um relatório “para que a GNR possa dar seguimento ao caso. Embora chegar ao culpado não seja fácil, é necessário actuar de forma a diminuir estes crimes contra a nossa fauna”, acrescenta.

Desde o início do ano até Setembro, o RIAS já recebeu águias-d’asa-redonda, águias-cobreiras, corujas, peneireiros-comuns e uma águia-de-Bonelli atingidas a tiro. “A recuperação deste tipo de lesões é bastante difícil, porque (as aves) apresentam múltiplas fracturas pela dispersão dos chumbos”, lembra o centro.

 

[divider type=”thin”]Agora é a sua vez.

Se tiver conhecimento de situações de abate ilegal de espécies selvagens, contacte o SEPNA/GNR através da linha SOS Ambiente: 808.200.520

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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