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Foto: Helena Geraldes

Vegetação e dunas da Barrinha de Esmoriz vão ser recuperadas

20.09.2016

O controlo de espécies exóticas invasoras, a plantação de vegetação autóctone e a aposta na sensibilização para a biodiversidade são acções previstas no plano de requalificação da Barrinha de Esmoriz/Lagoa de Paramos, nos concelhos de Ovar e Espinho, anunciado sexta-feira passada.

 

A obra de Requalificação da Barrinha de Esmoriz, lançada a 16 de Setembro numa sessão presidida pelo ministro do Ambiente João Pedro Matos Fernandes em Esmoriz, fica nas mãos da Polis Litoral Ria de Aveiro e está orçada em mais de 3,3 milhões de euros.

A Barrinha de Esmoriz é uma extensa lagoa costeira de água salobra (considerado um habitat prioritário a nível europeu), entre os concelhos de Espinho e de Ovar, que banha a cidade de Esmoriz e a aldeia de Paramos. Ao todo, são 396 hectares classificados como Rede Natura 2000 e também como Área Importante para as Aves e Biodiversidade (IBA, na sigla em inglês). Ali ocorre a campanulácea Jasione lusitanica – um endemismo ibérico dos areais do litoral Noroeste, actualmente ameaçado por causa da sua reduzida e fragmentada área de ocupação – e é um dos poucos locais onde está confirmada a presença da lampreia-de-riacho (Lampetra planeri).

Segundo um comunicado da Polis Litoral Ria de Aveiro, entre os trabalhos previstos nesta requalificação – desde o desassoreamento da barrinha/lagoa à consolidação dunar – está a requalificação das margens da Barrinha e do cordão dunar que a envolve.

Será feito um controlo de plantas exóticas, como as acácias, o chorão, a spartina (uma gramínea) e a erva-das-pampas. Também estão previstas plantações nas margens da Barrinha, para recuperar a vegetação natural, e o restauro da vegetação dunar, através do ordenamento dos acessos à praia, da colocação de painéis informativos de sensibilização aos visitantes e da instalação de uma paliçada.

Na área envolvente à barrinha/lagoa serão criados percursos pedonais e cicláveis para promover os valores naturais e a sua preservação.

“Acredito muito no projecto que está desenhado e não tenho dúvidas de que, após a obra, iremos ter ali uma importante zona de lazer e de turismo da natureza, com passadiços e postos de observação de aves”, disse o presidente da Câmara de Ovar, Salvador Malheiro, na sexta-feira, citado pelo jornal Público.

 

[divider type=”thick”]Saiba mais.

Conheça o projecto lançado em Março pela Sociedade Portuguesa para o Estudo da Aves (Spea), e apoiado pelo grupo japonês Toyota, para envolver os habitantes e associações locais na conservação da Barrinha de Esmoriz.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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