Foto: Sam Hollenshead/Ecodeo/UICN

Razan Al Mubarak torna-se a primeira mulher do mundo árabe a liderar a UICN

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Razan Al Mubarak, aos 42 anos, foi eleita a 8 de Setembro presidente da União Internacional da Conservação da Natureza (UICN). É a segunda mulher, e a primeira do mundo árabe, a liderar aquela que é uma das maiores e mais conhecidas instituições de conservação do mundo.

Al Mubarak foi eleita para suceder a Zhang Xinsheng como presidente do Conselho da UICN durante o Congresso Mundial da Natureza, a decorrer em Marselha, França. Nos próximos quatro anos, Al Mubarak vai liderar a UICN, organização com 73 anos e da qual fazem parte 1.400 organismos governamentais e organizações não governamentais de todo o mundo.

Foto: Sam Hollenshead/Ecodeo/UICN

Até agora, Al Mubarak era a directora da Agência do Ambiente de Abu Dhabi e do Fundo de Conservação das Espécies Mohamed bin Zayed. Trabalha há 20 anos em conservação, tanto no sector público como no privado, tendo ajudado a criar a Emirates Nature, uma ONG afiliada da WWF.

“Sinto-me verdadeiramente honrada por ter sido eleita a 15ª presidente da UICN, especialmente neste momento crítico em que precisamos elevar a conservação da natureza para os lugares cimeiros da agenda mundial da sustentabilidade”, disse Al Mubarak em comunicado.

Numa mensagem oficial, publicada no seu site, Al Mubarak considera que “este é um momento em que devemos levar a conservação para os lugares cimeiros das agendas de sustentabilidade”. “Temos de ser rápidos, audazes e temos que inovar.”

Defende que “devemos democratizar a ciência e a arte da conservação tornando-a acessível para todos”.

Foto: Sam Hollenshead/Ecodeo/UICN

“Chegou a altura para a UICN realmente se reafirmar a si própria e a sua influência no cenário global e para recuperar esta grande visão”, acrescentou.

“Com optimismo e humildade no coração, podemos garantir que a UICN seja uma defensora mais eficaz da conservação da natureza e não tenho dúvidas de que juntos podemos consegui-lo. Porque a natureza precisa de nós e nós precisamos da natureza.”

Os membros da UICN elegeram ainda os responsáveis pelas várias Comissões da organização, que reúnem cerca de 18.000 peritos voluntários de todo o mundo, abrangendo uma vasta quantidade de áreas, desde a conservação das espécies à gestão de áreas protegidas. Estas Comissões avaliam o estado dos recursos naturais do planeta e dão à UICN o conhecimento e aconselhamento necessário sobre a conservação mundial.

Foram também eleitos 28 conselheiros regionais, que funcionam como embaixadores da UICN e informam a organização das prioridades e necessidades nas suas regiões.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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