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Quercus alerta para ameaças sobre Zonas Húmidas em Portugal

02.02.2017

No Dia Mundial das Zonas Húmidas, que se celebra esta quinta-feira, a organização ambiental avisa que estes ecossistemas continuam “fortemente ameaçados” e que em Portugal, tanto a Ria Formosa como o Estuário do Tejo “na prática estão abandonados”.

 

Poluição, construção, agricultura intensiva, abandono e caça ilegal são alguns dos factores que ameaçam as zonas húmidas, de uma forma geral, lembra a Quercus, numa nota hoje divulgada.

Em Portugal, desde que o país ratificou a Convenção sobre Zonas Húmidas (Ramsar), em 1980, foram incluídos na Lista de Zonas Húmidas de Importância Internacional 31 sítios, espalhados por Portugal Continental e pelas Ilhas dos Açores, num total superior a 132 mil hectares  – “a maioria (96%) integrada em zonas protegidas”.

No entanto, “alguns destes sítios Ramsar, nomeadamente a Ria Formosa e o Estuário do Tejo, embora legislados como protegidos pela Convenção, na prática estão abandonados e servem para aterros, drenagem por fecho das entradas de água, e também às descargas de águas pluviais e esgotos que levam ao aparecimento de mosquitos”, indica a associação, que apela ao Governo para assumir “um maior compromisso” na protecção destes ecossistemas.

Em 2017, o Dia Mundial das Zonas Húmidas tem como tema a importância destes sítios como “salvaguarda natural contra desastres”, com o objectivo de “apelar à participação de todos na conservação destes ecossistemas tão relevantes para assegurar a biodiversidade, proteger as linhas de costa e mitigar os efeitos das alterações climáticas”, nota por seu turno o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

Em causa estão áreas de terra que são inundadas com água, de forma permanente ou apenas nalguns períodos do ano.

No caso das zonas húmidas costeiras, ecossistemas como os sapais e estuários “funcionam como barreira contra as ondas, absorvendo parte da força da ondulação e protegendo as terras da erosão”.

Já os rios, planícies aluviais, pântanos, charcos e turfeiras, entre outros, são zonas húmidas interiores que “diminuem e aboservem os fluxos de água, diminuem os danos causados pelas inundações e diminuem a seca”, acrescenta o ICNF.

Por todo o mundo, nos 168 Estados contratantes desta convenção, criada em 1971, estão designados mais de 2.000 Sítios Ramsar, assim classificados com base em critérios ecológicos, socioculturais e paisagísticos.

 

[divider type=”thin”]Saiba mais.

Um pouco por todo o país, estão previstos eventos durante os próximos dias para comemorar o Dia Mundial das Zonas Húmida, incluindo hoje um seminário sobre “poluição, ameaças invisíveis”, em Olhão. Consulte aqui o programa completo.

 

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

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