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Madalena Boto. Foto: Milene Guerreiro

Quem é a realizadora Madalena Boto?

11.03.2025

Fique a conhecer um pouco melhor a realizadora do documentário que estreia este mês “Lisboa – Outras Formas de Vida”, incluindo quais os documentários que mais a marcaram e como aprendeu a fazer o seu trabalho.

WILDER: O que faz?

Madalena Boto: Realização e filmagem de documentários de natureza.

Madalena Boto. Foto: Milene Guerreiro

W: Como nasceu a sua paixão pelo mundo natural?

Madalena Boto: Sempre gostei de actividades ao ar livre e de ciências, e optei por estudar Biologia na faculdade. O fascínio pelo mundo natural foi crescendo a partir daí, e desenvolveu-se ainda mais com as filmagens para estas produções – tanto nos momentos mais solitários de espera como na companhia de naturalistas com um entusiasmo contagiante.

W: Onde e quando começou?

Madalena Boto: No último ano da licenciatura em Biologia, percebi que queria explorar o meu interesse pela fotografia e pelo cinema. Por sorte, descobri que no ano seguinte iria abrir um mestrado em produção de documentários de natureza em Inglaterra e candidatei-me.

W: Como aprendeu a fazer o seu trabalho?

Madalena Boto: O mestrado foi um bom ponto de partida, sobretudo porque tivemos de realizar uma curta-metragem como projecto final. Escolhi focar-me no priolo, uma ave endémica da ilha de São Miguel, e no projecto de conservação da SPEA. No processo de fazer este filme, fiz muitos erros e aprendi muito! Trabalhar na Lx Filmes, com equipas de cinema portuguesas, e mais tarde, na Unidade de História Natural da BBC também me trouxe novas valências técnicas e narrativas.

W: Quando começou, o que pensava que queria fazer?

Madalena Boto: Filmes que inspirassem outras pessoas a descobrir a natureza que as rodeia.

Madalena Boto. Foto: Mai Nishiyama

W: Quais os documentários ou trabalhos que mais a marcaram e porquê?

Madalena Boto: Tenho um carinho especial por todos os projectos em que trabalhei. Posso destacar o documentário que fiz com o meu amigo e fotógrafo Alexandre Vaz sobre a calhandra-do-Raso, em Cabo Verde, um projecto especial por ter sido financiado através de uma campanha de crowdfunding. Aprendi muito também nos dois meses que passei na Amazónia, em 2013, a acompanhar um estudo científico com morcegos. Mais recentemente, adorei participar na série ‘Mammals’ da BBC, que me deu a oportunidade de ver chimpanzés em estado selvagem pela primeira vez. E ainda a viagem à Antártida, onde acompanhei uma expedição científica portuguesa e pude ver os cenários de outro mundo do continente branco.

W: O que ainda lhe falta fazer?

Madalena Boto: Muita coisa! Gostava de continuar a filmar histórias sobre a nossa ligação com o mundo natural. E também de explorar novos formatos, nomeadamente séries de ficção.


Saiba mais aqui sobre o novo documentário “Lisboa – Outras Formas de Vida”, realizado por Madalena Boto.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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