Uma equipa internacional de paleontólogos, entre eles dois investigadores portugueses, anunciou este mês a descoberta do maior anfíbio fóssil encontrado até agora na Gronelândia e que terá vivido há 208 milhões de anos.
A nova espécie, Cyclotosaurus naraserluki, foi descrita num artigo científico publicado a 12 de Maio na revista Journal of Vertebrate Paleontology. O italiano Marco Marzola, estudante de doutoramento na Faculdade de Ciência e Tecnologias da Universidade Nova de Lisboa, é o principal autor do estudo, que contou ainda com a participação de Octávio Mateus, da mesma instituição.
Segundo um comunicado daquela universidade, a espécie de anfíbio tinha um crânio com 57 centímetros e um comprimento de 2,5 metros.
Estes anfíbios seriam predadores semi-aquáticos, que colonizaram zonas de água doce como rios e lagos mas que também podiam viver em meios marinhos.
Os fósseis foram encontrados no fiorde Fleming, na região Este da Gronelândia. “O Cyclotosaurus naraserluki é o maior anfíbio jamais registado na Gronelândia e um dos vertebrados do Triássico Superior” encontrado mais a Norte.
“A comparação com outros fósseis permite aos investigadores concluir que, ao contrário do que se pensava, a Gronelândia tem mais semelhanças em termos paleontológicos com a Europa do que com a América do Norte”, acrescenta a nota.
Segundo os autores do estudo, há uma estreita correlação entre os anfíbios do Triássico Superior da Gronelândia e os anfíbios de países europeus como Portugal, Polónia e Alemanha.