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Foto: Pexels/Pixabay

Poderá 2020 ser um ano chave para a Biodiversidade?

02.01.2020

Nos últimos meses, a comunidade científica fez soar os alarmes sobre o colapso da biodiversidade e uma crise sem precedentes. Estas são algumas das reuniões mais importantes de 2020 para a tentar travar.

 

Hoje, muitas são as espécies que estão à beira da extinção. Os cientistas defendem que o mundo enfrenta uma crise ambiental sem precedentes e que estamos a perder espécies a um ritmo 1.000 vezes superior a qualquer outro momento histórico já registado.

“Os seres humanos dependem de ecossistemas estáveis e saudáveis para a sua própria sobrevivência”, lembra o Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA) em comunicado.

“Em 2020 é necessária uma acção urgente para encaminhar o mundo na direcção de um futuro mais sustentável. Este será um ‘super ano’ para o Ambiente, um ano decisivo no qual os países definirão a agenda da acção ambiental para a próxima década.”

Estas são algumas das reuniões internacionais mais importantes que vão acontecer em 2020, uma das quais em Lisboa:

 

15 a 22 de Fevereiro: COP13 da Convenção sobre a Conservação das Espécies Migratórias de Animais Silvestres (Gandhinagar, Índia)

A conferência será realizada com o tema “As espécies migratórias ligam o planeta e juntos recebemo-las no seu regresso”.

 

23 a 28 de Fevereiro: Fórum Mundial sobre a Biodiversidade (Davos, Suíça)

Este Fórum vai reunir investigadores, decisores políticos e outros agentes para debaterem o futuro da biodiversidade no planeta. A ambição é conseguir definir uma agenda para a natureza como assunto crucial para os próximos 10 anos.

 

2 a 6 de Junho: Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos (Lisboa, Portugal)

A conferência, co-organizada pelos Governos de Portugal e do Quénia, vai trabalhar para adoptar uma declaração intergovernamental sobre as áreas de acção inovadoras e baseadas na Ciência, a favor dos oceanos. Os países vão partilhar compromissos voluntários para apoiar a implementação do Objectivo de Desenvolvimento Sustentável 14 (Vida Submarina). A reunião acontece três anos depois da primeira Conferência sobre os Oceanos.

 

11 a 19 de Junho: Congresso Mundial da Natureza da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) (Marselha, França)

Este congresso procurará aproveitar as soluções que a natureza oferece para enfrentar os desafios mundiais, como as alterações climáticas.

 

15 de Setembro: 75º período de sessões da Assembleia Geral das Nações Unidas (Nova Iorque, Estados Unidos)

A 22 de Setembro terá lugar o primeiro dia do debate geral de alto nível na sede das Nações Unidas. Poderá realizar-se, em simultâneo, uma cimeira de líderes sobre biodiversidade, uma oportunidade para estes se comprometerem com medidas urgentes para travar a degradação ambiental e restaurar a natureza.

 

5 a 10 de Outubro: Conferência da ONU para a Diversidade Biológica (COP15) (Kunming, Yunnan, China)

A COP15 vai reavaliar os resultados do Plano Estratégico para a Diversidade Biológica 2011-2020 da Conferência. Espera-se que seja tomada a decisão final sobre a estratégia mundial pós 2020 (depois de negociações em Fevereiro e em Julho). A última COP, a COP14, realizou-se em Novembro de 2018 no Egipto.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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