O Departamento de Conservação da Nova Zelândia anunciou o encerramento a partir de 1 de Junho e durante um ano de uma gruta para salvar a rara aranha-da-caverna-Nelson, a maior aranha do país, que ali vive.
A Crazy Paving Cave, no Parque Nacional Kahurangi – no noroeste da ilha do Sul da Nova Zelândia e o segundo maior dos 13 parques nacionais do país -, é a casa da rara aranha-da-caverna-Nelson (Spelungulae cavernicola). Com uma envergadura de patas de 13 centímetros e um corpo de três centímetros, esta é a maior aranha da Nova Zelândia.
Segundo o conservacionista Scott Freeman, os censos mais recentes têm demonstrado um decréscimo no número de sacos com ovos de aranha naquela gruta, talvez por causa do número de visitantes humanos.
“O número de aranhas que temos visto, na verdade, tem aumentado a partir de 2019, possivelmente por causa da redução no número de visitantes associada à Covid-19. Contudo, desde 2018 apenas foi encontrado um saco de ovos”, disse em comunicado.
“Queremos fechar a gruta para ver se assim conseguimos melhorar a reprodução desta espécie. Encerrar a gruta significa que conseguiremos monitorizar a resposta da população desta aranha à ausência de visitantes humanos”, acrescentou.
As aranhas-da-caverna-Nelson também são encontradas na região de Golden Bay. São uma espécie protegida por Lei na Nova Zelândia desde 1953.
Estas aranhas vivem perto da entrada de grutas, não tanto em profundidade. Encontram as suas presas pela vibração.
Os juvenis nascem e são criados em sacos de ovos suspensos do tecto das grutas, que se assemelham a pequenas bolas de golfe. Cada saco pode conter até 50 pequenas aranhas. Segundo os investigadores, as aranhas demoram entre dois a três anos a tornarem-se adultas. A maioria das outras espécies de aranhas completa o seu ciclo de vida em apenas um ano.
Acredita-se que estas aranhas possam ser o elo perdido entre as aranhas primitivas – do tempo do super-continente Gondwana, há 350 milhões de anos – e as aranhas modernas.