Países industrializados anunciam novos compromissos para travar a perda de espécies de animais e plantas.
Entre 5 e 6 de Maio estiveram reunidos em Metz, França, os ministros do Ambiente dos países mais industrializados (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Reino Unido, Itália e Japão) e ainda de alguns países convidados para a ocasião pela França, país que preside este ano ao G7 (Chile, Egipto, ilhas Fidji, Gabão, Índia, Indonésia, México, Nigéria, Noruega). O comissário europeu para o Ambiente, Karmenu Vella, também esteve presente.
No domingo de manhã ouviram Robert Watson, o anterior secretário-geral do IPBES (Painel Intergovernamental para a Biodiversidade e Serviços dos Ecossistemas), apresentar o mais recente relatório sobre o estado da Biodiversidade mundial.
Todos os países do G7 e alguns dos países convidados adoptaram a Carta pela Biodiversidade, a Carta de Metz. Este documento, não vinculativo, sublinha a necessidade de “acelerar e intensificar os nossos esforços para travar a perda da biodiversidade”, de “incentivar o envolvimento de outros agentes” – em especial do sector privado -, e “apoiar a elaboração e a concretização de uma estratégia quadro mundial para a biodiversidade pós-2020”.
O objectivo é preparar um documento a tempo da Conferência das Partes (COP) 15 da Convenção das Nações Unidas para a Diversidade Biológica em Kunming, na China, no Outono de 2020.
A Carta para a Biodiversidade, adoptada agora pelo G7, defende que, “além do seu valor intrínseco, a biodiversidade tem um papel vital na manutenção dos sistemas que suportam a vida e, por isso, é de importância decisiva para toda a vida na Terra, incluindo para os humanos”.
“A biodiversidade e todos os ecossistemas (terrestres, solos, água doce e marinho) são o capital natural que nos dá alimento, matérias primas, medicamentos, abrigo, solos férteis, regulação do clima e da água, e que mitiga ou evita catástrofes naturais e nos dá oportunidades de emprego, e de divertimento.”
No documento, os ministros decidiram “reforçar e melhorar as actuais estratégias, políticas, planos de acção e programas de investigação” e “aumentar o nível de implementação dos compromissos, além de assumir novos e mais ambiciosos compromissos”.
“Os nossos compromissos e acções vão dirigir-se às principais pressões sobre a biodiversidade”, nomeadamente alterações de habitat, perda e degradação (desflorestação, agricultura insustentável, produção florestal e pesca), espécies exóticas invasoras, poluição terrestre e marinha, sobre-exploração de recursos naturais (incluindo sobre-pesca, abate ilegal de árvores, tráfico de espécies) e alterações climáticas.
Além disso, os ministros reconhecem a “necessidade de fazer investimentos consistentes com o cumprimento das metas mundiais para a biodiversidade e de trabalhar para reformar os sistemas que são prejudiciais para a natureza”.
O comissário europeu para o Ambiente, Karmenu Vella, disse em comunicado que houve um “verdadeiro sentimento de urgência” na reunião do G7, em relação à perda de biodiversidade.
“O estado crítico dos ecossistemas do planeta e o efeito para a Humanidade está para lá do debate”, declarou o comissário.
O comissário europeu saudou a adopção da Carta de Metz para a Biodiversidade e reiterou o profundo compromisso europeu para com uma estratégia quadro “ambiciosa e realista” para o pós-2020, a ser adoptada na China no próximo ano.
“A União Europeia está comprometida em lutar contra a perda da biodiversidade. E temos o apoio dos nossos cidadãos.”