A fêmea Macela, com cerca de um ano de idade, foi libertada nesta segunda-feira no concelho de Mértola, no âmbito do projecto de recuperação da distribuição histórica do lince-ibérico. Este ano já foram libertados quatro linces em Portugal.
Macela foi uma das onze crias de linces-ibéricos de 2015 no Centro Nacional de Reprodução de Lince-Ibérico (CNRLI), em Silves. Foi a população do Parque Natural do Vale do Guadiana quem escolheu o seu nome, Macela, o mesmo que uma planta vivaz silvestre frequente em Portugal.
À semelhança do que acontece com todas as crias nascidas em cativeiro e destinadas à reintrodução na natureza, esta fêmea não teve contacto directo com os tratadores, apenas com outros linces, “para não haver habituação aos humanos”, explica uma nota do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
Macela fará parte do núcleo de linces já estabilizados na região. As equipas do projecto Iberlince no terreno acompanham nove linces libertados em 2014/2015 no Vale do Guadiana: Katmandu, Jacarandá, Kempo, Loro, Liberdade, Lluvia, Lagunilla, Luso e Lítio.
Este ano já foram libertados em Portugal quatro dos nove linces previstos pelo Iberlince. As reintroduções no Alentejo começaram a 25 de Janeiro, com a libertação de duas fêmeas – Myrtilis e Mirandilla – e de um macho, Monfrague. Agora, foi a vez de Macela.
Ao todo, serão libertados 48 linces em Portugal e Espanha até Abril. “A reintrodução é um programa de longo prazo que requer um reforço regular de soltas de animais, até a população se tornar viável e auto-sustentável”, explica o ICNF.
Este projecto de conservação ibérico tem como grande objectivo aumentar para 70 o número de fêmeas reprodutoras nos três núcleos da Serra Morena (50 em Andújar-Cardeña, 10 em Guadalmellato e 10 em Guarrizas) e para 25 em Doñana-Aljarafe. Além disso, o projecto quer criar cinco novas áreas de reintrodução em Portugal, Castela-La Mancha, Extremadura, Murcia e Andaluzia, “com capacidade suficiente para conseguir populações de lince-ibérico auto-sustentáveis”.
Para que isto aconteça, é crucial conseguir que, pelo menos, 50% dos linces libertados se fixem nos territórios.
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Fique a par do que está previsto acontecer este ano e recorde os principais marcos na história da conservação da espécie.