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Foto: Câmara Municipal de Lousada

Lousada está a construir o seu 50º charco para ajudar as espécies da região

17.01.2025

O projeto Lousada Charcos iniciou a construção do 50º charco na região, desta feita no Parque Urbano Dr. Mário Fonseca. A ideia é dar um refúgio a plantas, invertebrados, anfíbios, répteis e aves, anunciou a autarquia.

“Este novo charco aumenta a diversidade de habitats disponíveis no local, servindo de refúgio a espécies de plantas, invertebrados, anfíbios, répteis e aves, muitas delas endémicas ou ameaçadas”, explica a autarquia em comunicado.

Com uma vertente educativa, a construção do 50.º charco construído, contou com o envolvimento dos alunos da Escola Secundária de Lousada que de hoje em diante terão um recurso vivo para a exploração da ecologia destes ecossistemas.

Desde 2017, o projeto Lousada Charcos construiu 50 charcos em 13 freguesias, correspondendo a 2500 metros quadrados de novos espaços azuis. Segundo a Câmara de Lousada, 60% dos charcos foram construídos em áreas florestais, jardins e parques públicos e 40% em escolas e espaços privados. Esta iniciativa contou com o envolvimento de 2100 voluntários oriundos de escolas e outros parceiros associativos.

Os charcos, salienta o município, ajudam a manter a humidade do solo, a diminuir o efeito das cheias e actuam como sumidouros de carbono. Além disso, algumas espécies – como os anfíbios e as libélulas – atuam no controlo de pragas de insetos.

“Os dados ecológicos informam que a taxa de sucesso e de colonização das massas de água é classificada como “Boa” (47,5%), estando presentes, sem introdução artificial, 33 espécies colonizadoras, das quais três possuem estatuto de conservação: rã-de-focinho-pontiagudo (Discoglossus galganoi); tritão-palmado (Lissotriton helveticus); rã-ibérica (Rana iberica)”.

A iniciativa tem sido implementada por todo o território mas maioritariamente na Paisagem Protegida Local do Sousa Superior (PPLSS). Esta tem uma matriz territorial agroflorestal de 1609 hectares, grosso modo correspondendo ao vale do rio sousa e aos seus nove tributários, abrangendo administrativamente oito freguesias do concelho de Lousada e, representando, no global, quase metade da população residente de Lousada.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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