São seres aparentemente insignificantes, mas as formigas segregam antibióticos que são importantes pesticidas biológicos e que podem ajudar as plantas a manterem-se saudáveis.
Foi esta a conclusão a que chegaram cientistas da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, depois de reverem uma série de estudos que analisavam as relações entre formigas, doenças e plantas. O resultado foi publicado este mês na revista científica Oikos.
As formigas segregam antibióticos através de glândulas que têm no corpo. Abrigam também grupos de bactérias, nas pernas e no corpo, e acredita-se que esses organismos também produzem antibióticos, explica uma nota divulgada pela Universidade de Aarhus.
Os investigadores acreditam que são essas substâncias fornecidas pelas formigas que ajudam as plantas a defenderem-se de pelo menos 14 doenças. Agora pretendem avançar, com base nesse novo conhecimento, para o fabrico de novos produtos biológicos que poderão ser usados na agricultura.
Mas porque é que as formigas fabricam estas substâncias? Uma vez que vivem em grande número nos formigueiros, sujeitas a doenças que se espalham rapidamente, conseguem dessa forma curar-se e tratarem-se umas às outras.
Um estudo anterior tinha concluído que a mudança de formigas para um pomar de macieiras ajudou a reduzir a ocorrência de duas doenças nessas árvores. Foi essa a pista que inspirou estes investigadores a irem em busca de outros estudos semelhantes.
“Ainda não sabemos como é que as formigas curam as plantas”, confessa o autor principal do artigo, Joachim Offenberg. “Mas sabemos que as formigas segregam feromonas nos trilhos que percorrem nas plantas para não se perderem, e que algumas dessas têm propriedades antibióticas. O efeito de cura das plantas pode dever-se a essas feromonas.”
Saiba mais.
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