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Ribeira. Foto: Helena Geraldes (arquivo)

Europa remove mais de 500 barreiras fluviais obsoletas num ano e bate recorde

16.05.2025

Um relatório publicado a 15 de Maio pelo Dam Removal Europe revela que, em 2024, foram removidas 542 barreiras dos rios europeus, o que corresponde a mais de 2.900 quilómetros de rios reconectados.

Essas 542 barreiras obsoletas ou abandonadas foram removidas em 23 países – no ano anterior tinham sido 487 em 15 países -, tendo sido batido um novo recorde.

A remoção dessas barreiras permitiu voltar a ligar 2.900 quilómetros de rios, segundo aquele relatório.

A organização Dam Removal Europe salienta que estas iniciativas ajudam a melhorar a resiliência climática e a segurança hídrica e alimentar e ainda a reverter a perda de biodiversidade.

A Finlândia surge como o país que mais barreiras removeu (138), seguida de França (128) e de Espanha (96).

Quatro países estrearam-se na remoção oficial de barreiras fluviais obsoletas: Bósnia-Herzegovina (9), Croácia (7), Turquia (2) e República Checa (2).

Portugal surge com uma barreira removida, um açude obsoleto na ribeira de Perofilho, na bacia do rio Tejo, junto a Santarém. Esta remoção é uma iniciativa que junta a WWF Portugal, o Município de Santarém e a SOS Animal.

A organização Dam Removal Europe fez as contas e revela que nos últimos cinco anos foram removidas um total de 1.694 barreiras nos rios europeus.

Há cinco anos que esta organização avalia o progresso e o impacto da eliminação destas estruturas como medida de restauro fluvial. O Dam Removal Europe é uma coligação de sete organizações: World Wildlife Fund (WWF), The Rivers Trust, The Nature Conservancy, European Rivers Network, Rewilding Europe, Wetlands International e World Fish Migration Foundation. A sua ambição é restaurar o estado de fluxo livre dos rios e ribeiros na Europa.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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