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Estes são os projectos portugueses seleccionados como finalistas dos Prémios Natura 2000

21.03.2022
rio
Ribeira. Foto: Helena Geraldes (arquivo)

A conservação de aves marinhas e dos peixes migradores do rio Minho e uma campanha de comunicação sobre a Rede Natura 2000 junto dos mais pequenos são os três projectos portugueses selecionados de entre os 21 finalistas dos Prémios europeus Natura 2000. Pode votar no seu preferido até 22 de Abril.

Um dos projectos finalistas destes Prémios promovidos pela Comissão Europeia, o MedAves – Pesca, pretende tornar pescadores e aves marinhas em aliados pelos oceanos.

Nos mares europeus, estima-se que anualmente cerca de 200.000 aves sejam capturadas acidentalmente em redes e outro equipamento de pesca. Este projecto da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) desenvolveu um mecanismo para reduzir essa ameaça: um dispositivo para afugentar as aves fixado nos barcos de pesca para avisar as aves para se manterem afastadas.

Os pescadores envolvidos neste projecto, na zona das Berlengas, acharam que o mecanismo é fácil de usar e ajuda a evitar que as aves marinhas fiquem presas nas suas redes.

“Todos na Rede (Natura 2000)” foi uma campanha de comunicação que acabou selecionada como finalista destes Prémios. Esta iniciativa, que durou três meses, chegou a 3.500 alunos (entre os 3 e os 18 anos) e 150 professores, promovendo a curiosidade e visitação a sete sítios de Rede Natura 2000 em Portugal: Rio Minho, Litoral Norte, Barrinha de Esmoriz, Rio Vouga, Dunas de Mira Gândara e Gafanhas, Paul de Arzila e Serra da Lousã.

As organizações responsáveis por este projecto foram a Associação KEEP, o Centro Social Paroquial Vera-Cruz e o Centro para a Ecologia Funcional (CFE) da Universidade de Coimbra. As escolas que participaram nas sessões de educação ambiental pertencem aos concelhos de Águeda, Albergaria-a-Velha, Caminha, Coimbra, Espinho, Esposende, Góis, Lousã, Miranda do Corvo, Montemor-o-Velho, Ovar e Viana do Castelo.

O projecto Migra Minho foi outro dos finalistas. Esta iniciativa envolveu seis parceiros portugueses e espanhóis que trabalharam em conjunto para melhorar o estatuto de conservação das populações de peixes migradores do Rio Minho. Foram removidos obstáculos à passagem dos peixes, foram restaurados 9.000 hectares de habitats protegidos ao longo das margens do rio e foram ainda reintroduzidos enguias e salmões.

Na verdade, desde 2017 foram libertados mais de 100.000 juvenis de salmão e 300 quilos de enguias no Rio Minho.

Além destes três projectos, Portugal participa ainda no projecto LIFE Stop Cortaderia, através do município de Vila Nova de Gaia e da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Coimbra.

Os vencedores destes Prémios serão anunciados em Maio de 2022.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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