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Estes animais feitos com milhões de peças LEGO estão a percorrer os EUA

15.09.2015

Aranhas, libélulas, ursos polares, águias, borboletas, esquilos, bisontes e raposas fazem parte da exposição “Nature Connects” que está a percorrer os Estados Unidos de 2012 a 2020. São mais de 50 esculturas feitas por Sean Kenney com mais de 1.6 milhões de peças LEGO. E há sempre novas para acrescentar.

 

As esculturas de Sean Kenney, artista de Nova Iorque, são maiores do que os animais reais e mostram as ligações que encontramos na natureza. Mas construir estas obras está longe de ser uma brincadeira, especialmente quando se acabam as peças. Foi o que aconteceu quando, em Maio de 2012, Sean estava a construir esta raposa, com quase dois metros de comprimento. Foram precisas 200 horas e 17.547 peças.

 

 

“Ela é tão grande que ficámos sem peças laranja a meio do projecto”, conta Sean. “Tivemos de a pôr de lado durante algumas semanas enquanto esperávamos pela chegada das peças encomendadas”, acrescenta.

Mas a maior escultura da exposição e a que Sean alguma vez já construiu é a de uma mãe ursa-polar com as crias, terminada há pouco mais de um mês. Tem 125.467 peças e pesa 285 quilos.

 

 

“Fiquei emocionado ao conhecer a relação que uma mãe ursa-polar tem com as suas crias. Ela cuida delas, ensina-as a caçar e sinto que têm um grande carinho entre si. Ao ver vídeos de ursos polares com as crias fiquei maravilhado com o quão parecidos são com os humanos. Quis captar esse aspecto das suas vidas”, conta no seu site.

Durante os próximos seis anos, esta escultura vai percorrer os jardins botânicos dos Estados Unidos, como parte da exposição.

Outra relação que Sean quis mostrar é a que existe entre a borboleta-monarca e a flor-das-borboletas (Asclepias syriaca). “A borboleta poliniza e alimenta-se desta planta… Tanto a planta como o insecto precisam um do outro para sobreviver. Quis mostrar a beleza da sua relação natural”, explicou.

 

 

Esta escultura é a mais complexa que Sean já criou e demorou quatro meses a tempo inteiro para desenhar e construir. A borboleta tem mais de 60.000 peças LEGO e foi concluída em Maio de 2014. “Passei mais de 160 horas só a tentar perceber como conceber a escultura. A acrescentar ao facto de a flor ser muito complexa, há dois tons de rosa e a LEGO não produz essa cor em muitos tamanhos diferentes. Nunca comprei tantas peças rosa na minha vida”, acrescentou.

Sean trabalha no seu estúdio em Nova Iorque, rodeado por uma equipa de colaboradores e cerca de dois milhões de peças LEGO, e é um dos 12 profissionais no mundo reconhecidos pelo Grupo The LEGO pelo seu trabalho.

 

 

Sempre brincou com LEGOS e diz que era a única coisa que pedia pelo seu aniversário. Com o passar dos anos as suas construções foram ficando mais elaboradas e hoje constrói modelos LEGO como profissão, tendo deixado para trás a sua profissão como designer gráfico.

A ideia para a “Nature Connects” surgiu em conjunto com os Jardins Reiman, da Universidade de Iowa em 2011 e a exposição está a percorrer os Estados Unidos desde 2012. “Basicamente, a mostra é sobre ligações. Assim como as peças de LEGO que se juntam, tudo na natureza está ligado num equilíbrio complexo”, explica Sean. E a exposição nunca está terminada; vão sendo acrescentadas novas esculturas.

 

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Saiba mais aqui sobre a exposição e os locais onde vai estar.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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