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Esta lince chama-se Moreira e foi libertada em Mértola

01.06.2016

Moreira é o nome da fêmea de lince-ibérico que foi libertada em Mértola nesta quarta-feira, dia 1 de Junho, concluindo a segunda época de reintrodução da espécie, anunciou o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

 

A libertação de animais desta espécie na natureza, na zona do Parque Natural do Vale do Guadiana, iniciou-se em 2014 no âmbito do projecto de “Recuperação da Distribuição Histórica do Lince Ibérico (Lynx pardinus) em Portugal e Espanha”, apoiado por fundos comunitários.

Moreira nasceu há mais de um ano, a 16 de Março de 2015, no Centro de Cria de Lince Ibérico El Acebuche, na Andaluzia.

Este foi “mais um passo em direcção ao estabelecimento de uma população selvagem e viável, numa área geográfica que já foi parte da sua área de distribuição histórica [desta espécie]”, nota o ICNF, num comunicado enviado à Wilder.

A libertação desta lince ocorreu numa propriedade da Sociedade Horta das Laranjeiras, à semelhança do que já tinha acontecido com Monfrague, um macho libertado no mesmo local no final de Janeiro.

 

Desde essa data e até ao final da segunda época de reintrodução do lince-ibérico, que se encerrou nesta quarta-feira, deu-se a libertação de pelo menos oito linces-ibéricos no Parque Natural do Vale do Guadiana, única região em Portugal onde até agora tem estado a decorrer este projecto.

Destes, morreu uma fêmea, Myrtilis. Encontrada morta no início de Março, concluiu-se que não tinha resistido a uma doença de origem viral, panleucopénia felina.

A somar aos nove animais que tinham sido já libertados em 2014/2015, viverão hoje 16 linces no Vale do Guadiana, isto sem contar com as três crias que foram detectadas na região até agora, nascidas já este ano de duas fêmeas: Jacarandá e Lagunilla.

“Para o lince-ibérico uma população viável será alcançada quando se obtiverem cerca de 50 fêmeas estabilizadas no território, o que se espera prosseguir com esta segunda fase do processo de reintrodução”, indica o ICNF.

O instituto destaca ainda que a libertação de linces-ibéricos no concelho de Mértola resulta “de uma estreita colaboração e articulação com Espanha e é possibilitada por uma importante colaboração com parceiros locais”.

De momento, o lince-ibérico (Lynx pardinus) está a ser reintroduzido na natureza no Vale do Guadiana (Portugal) e em três comunidades espanholas: Andaluzia, Castela-La Mancha e Extremadura.

De todos os linces soltos na natureza até ao início de Maio, tanto em Portugal como em Espanha, um total de 44 tinham nascido nas instalações do Centro Nacional de Reprodução do Lince-Ibérico, em Silves, único centro deste género em Portugal. Destes, pelo menos 12 já foram pais.

 

[divider type=”thin”]Saiba mais.

Saiba como é cuidar dos linces no Vale do Guadiana e quantos linces nascidos em Silves já foram pais na natureza.

Leia a nossa série “Como nasce um lince-ibérico” e conheça os veterinários, video-vigilantes, tratadores e restante equipa do Centro Nacional de Reprodução (CNRLI) em Silves.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

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