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copo com gelado e palhinha
Foto: Danymena88/Pixabay

Em Seattle, multas por palhinhas e outros plásticos podem chegar aos 250 dólares

03.07.2018

O uso de palhinhas, copos e sacos e outros objectos descartáveis de plástico passou a ser totalmente proibido, desde domingo, em restaurantes, cafés e mercearias de Seattle, nos Estados Unidos. E até mesmo nas roulotes de comida.

 

As multas pela violação das novas regras podem chegar aos 250 dólares (cerca de 214 euros), mas responsáveis da autarquia assumem que o primeiro ano será mais voltado para a educação e sensibilização dos estabelecimentos, explica uma notícia do Huffington Post.

Desde há 10 anos que a cidade tem vindo a banir a utilização de materiais descartáveis, reduzindo de ano para ano o número de objectos permitidos. Agora, com a existência de “inúmeros fabricantes de utensílios e palhinhas biodegradáveis”, essas excepções deixaram de fazer sentido, anunciaram as autoridades.

A partir de agora, a lei define que os clientes têm de pedir explicitamente palhinhas ou outros utensílios semelhantes para que lhes sejam fornecidos. E estes têm de ser, obrigatoriamente, biodegradáveis.

A acumulação de plásticos é um dos maiores problemas ambientais nos oceanos, onde entre as principais vítimas estão as aves marinhas. Recentemente, a organização Oceana anunciou que tinham sido encontrados detritos de plástico nos fundos marinhos mais recônditos da Europa, incluindo o Mediterrâneo, Atlântico e Báltico.

 

Parte de vassoura encontrada a mais de 500 metros de profundidade nas ilhas Baleares (Espanha). Foto: Oceana

 

Actualmente, estima-se que existam a flutuar nos oceanos 300 milhões de toneladas de plástico, com mais de cinco triliões de bocados de plástico, totalizando um peso superior às 250 mil toneladas. Cerca de oito milhões de toneladas de plástico entram nos nossos oceanos por ano.

As novas regras surgiram depois da campanha “Sem palhinhas em Seattle” (“Strawless in Seattle”), à qual aderiram 150 empresas locais, lideradas pela fundação Lonely Whale. Através do apelo ao uso de palhinhas biodegradáveis, evitou-se a utilização de 2,3 milhões de palhinhas descartáveis. Estas últimas são muito difíceis de reciclar, devido ao tamanho e ao tipo de plástico utilizado.

Outras cidades americanas, como São Francisco, estão também empenhadas na mesmo caminho, com a planeada proibição da venda de palhinhas e de palitos de plástico e de outros pequenos objectos descartáveis.

Já na União Europeia, no final de Maio, a Comissão Europeia avançou com uma proposta para proibir a venda de cotonetes – com excepção dos que são usados por motivos médicos -, pauzinhos de balões, palhinhas, pratos e talheres de plástico, que serão substituídos por produtos iguais mas que são biodegradáveis. O objectivo é que as novas regras sejam aprovadas até Março de 2019.

 

“Ainda há muito a fazer em Portugal”

Em Portugal, a nova taxa de 10 cêntimos por cada saco de asas em plástico levou à redução da compra destes objectos no supermercado em cerca de 50%.

Mas embora o uso de sacos de plástico leve, com menos de cinco milímetros de espessura, tenha diminuído “substancialmente” no país, “ainda há muito a fazer, quer ao nível da educação ambiental, quer ao nível da reciclagem deste tipo de materiais”, indicou a Quercus em comunicado.

No âmbito do Dia Internacional Sem Sacos de Plástico, que se assinala esta terça-feira, 3 de Julho, a associação apelou a que os “portugueses tragam o seu próprio saco de compras de casa”.

Segundo a Quercus, estima-se que 96% das famílias portuguesas estão hoje familiarizadas com o problema dos plásticos, mas 65% não sabem ainda identificar quando é que estes são recicláveis.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

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