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canoa no rio tejo
Foto: Joana Bourgard/arquivo

Ecólogos portugueses reúnem-se em encontro nacional para debater metas de conservação

22.11.2023

De 23 a 25 de Novembro, o 22º Encontro Nacional de Ecologia (22 ENE) estará em Faro, para onde confluirão ecólogos dos diferentes pontos do país. O tema do encontro é “Conservação da biodiversidade: rumo às metas 30×30 em Portugal”.

No coração deste Encontro, na Universidade do Algarve, estão as metas de conservação da Biodiversidade 30-30, ou seja, atingir, em 2030, 30% do território terrestre e marinho, águas interiores e costeiras, em conservação e restaurar 30% dos ecossistemas degradados. Estas metas estão consagradas no Acordo Global para a Biodiversidade ou Acordo Kunming-Montreal, subscrito por Portugal e muitos outros países.

“Ecossistemas marinhos e terrestres, apesar de intrinsecamente dependentes, funcionam de formas diferentes e requerem medidas próprias de conservação. No que respeita aos ecossistemas terrestres, Portugal está nominalmente próximo de atingir as metas, embora careçam de maior conservação, mas no domínio marinho, estamos ainda bem longe de cumprir os objectivos”, lembra, em comunicado, a Sociedade Portuguesa de Ecologia (SPECO). 

Segundo a organização do Encontro Nacional, a actual “estratégia política tem incidido maioritariamente no desenvolvimento urgente da transição energética”. “Esta transição, aliada à necessidade do aumento de industrialização e afirmação económica europeia, leva Portugal a tomar medidas que simplificam as estratégias de conservação a que também está vinculado.” 

Os ecólogos têm um papel a desempenhar no esforço de cumprimento das metas para a Biodiversidade, nomeadamente, ajudando a “informar e clarificar a sociedade” e gerando conhecimento que possa ser usado na hora da tomada de decisões.

“A Comissão Organizadora do Encontro Nacional de Ecologia escolheu o tema ‘Conservação da biodiversidade: rumo às metas 30×30 em Portugal’ e a dinamização, no dia 24 de Novembro, de uma mesa-redonda com autoridades nacionais responsáveis pela conservação da natureza e pelo desenvolvimento sócio-económico.

Durante a mesa-redonda essas autoridades nacionais são convidadas a apresentar a sua visão sobre as políticas e opções de conservação a prosseguir para atingir as metas propostas no Acordo.

Após esta intervenção, segue-se uma sessão de discussão com os ecólogos presentes, membros de diferentes Organizações não Governamentais de Ambiente e outros grupos de interesses.

“Na qualidade de ecólogos preocupados com o desenvolvimento sustentável do país, e enquanto cientistas com uma visão holística dos problemas, este fórum de discussão pretende apoiar a estratégia política subjacente à assinatura, por Portugal, do Acordo Global para a Biodiversidade.”

Segundo a SPECO, “é urgente integrar o conhecimento gerado pelos ecólogos de forma que estes possam corresponder da melhor forma quando chamados a intervir”.

Entre as oradoras convidadas para a reunião anual da SPECO estão Helena Freitas (Professora Catedrática de Biodiversidade e Ecologia no Departamento de Ciências da Vida da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra), Ana Hilário (investigadora no CESAM – Centro de Estudos do Ambiente e do Mar da Universidade de Aveiro) e Deborah Power (docente da Universidade do Algarve e investigadora do Centro de Ciências do Mar, CCMAR).

A SPECO, sociedade científica, foi constituída em Dezembro de 1995. “É o espaço onde os ecólogos podem e devem interactuar, reforçando e tirando partido da interdisciplinaridade das suas abordagens para o aumento do conhecimento científico em Ecologia.”


Conheça aqui o programa do Encontro Nacional.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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