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Castor (Castor fiber). Foto: Ryzhkov Sergey/WikiCommons (arquivo)

Descobrem pela primeira vez castores no rio Tejo, em Espanha

07.02.2025

Dois investigadores espanhóis encontraram, pela primeira vez, castores (Castor fiber) no rio Tejo, uma espécie autóctone mas que desapareceu há séculos e que está classificada hoje como espécie protegida pela União Europeia.

A descoberta foi publicada esta semana na revista Galemys, da Sociedade Espanhola para a Conservação e Estudo dos Mamíferos (SECEM).

Tudo aconteceu em Junho de 2024, ao nascer do dia, em Zorita de los Canes, Guadalajara. “Estávamos a fazer trabalho de campo, a estudar o guarda-rios no rio Tejo, quando vi um castor a cruzar o rio”, contou à agência espanhola EFE Marco Ansón, paleozoólogo especializado nesta espécie e técnico de Ambiente. “Percebi que era o primeiro registo de castor naquela bacia hidrográfica. Até agora tinham sido detectado castores nas bacias hidrográficas dos rios Ebro, Douro e Guadalquivir, mas não na do rio Tejo”, acrescentou.

Depois deste primeiro contacto visual, Marco Ansón e a sua colega Celia García decidiram procurar vestígios de castores no rio. Fizeram transectos ao longo das margens do rio e conseguiram confirmar a presença desta espécie através de mais contactos visuais de um castor e de vestígios. “Ao longo de mais de um quilómetro, encontrámos muitos sinais na vegetação indicativos da presença de castores na área”, contam, no artigo científico.

Segundo os dois autores, esta nova localização fica a mais de 100 quilómetros da área já conhecida com castores. “Devido à falta de registos na área entre as duas localizações, descartamos um evento de dispersão natural e consideramos mais provável que tenha acontecido uma libertação não oficial para explicar a presença da espécie nesta região.”

Entretanto, a comarca de La Alcarria iniciou uma investigação a este animal na bacia do Tejo, que conta com a ajuda do Centro de Estudos Animais, um grupo de zoólogos que trabalham de forma independente e que fazem investigação e divulgação.

De momento localizaram três núcleos populacionais mas ainda não se sabe qual o número exacto de indivíduos. Segundo Marco Ansón, ainda não se sabe se estes animais formam casais ou se há crias.

Aquilo que se sabe é que há vários castores “porque vemos diferenças de tamanhos a nível individual”. 

Tendo em conta o tamanho das espécies e dos vestígios encontrados por habitantes da zona, os investigadores acreditam que os animais já vivam há pelo menos três anos na região.

O castor é o maior roedor que viveu na Península Ibérica em tempos históricos. Outrora espalhado pela Europa e uma espécie abundante, o castor foi caçado até à quase extinção, tendo desaparecido de grande parte da sua área de distribuição.

Em Portugal, o castor ter-se-á extinguido no século XV devido à destruição de zonas húmidas e à caça excessiva. No resto da Europa, o desaparecimento deste mamífero chegou mais tarde, no final do século XIX, devido, principalmente, à caça intensiva (por causa da carne, pêlo e óleo de castor). Nessa época restariam apenas cerca de 1.200 exemplares distribuídos por oito populações, sendo a do Baixo Ródano, em França, a mais próxima da Península Ibérica.

A sorte do castor na Europa começou a mudar no início do século XX graças a projectos de reintrodução e translocação (movimentação de indivíduos de uma área para outra, para ajudar a restabelecer populações e recuperar territórios históricos). A recuperação da espécie começou em 1922 depois da sua reintrodução na Suécia e, desde então, tem sido reintroduzido em mais de 20 países, por vezes de forma irregular.

O regresso à Península Ibérica aconteceu em 2003, quando 18 castores, vindos do Norte e Sudoeste da Europa, foram libertados, não oficialmente, na bacia do rio Ebro, em Espanha.

Em 2018, a Comissão Europeia declarou o castor uma espécie historicamente nativa e, depois disso, o Governo espanhol declarou o castor como espécie protegida.

Em 2023 foram encontrados vestígios de castores no rio Douro, a apenas cinco quilómetros da fronteira com Portugal. Os indícios de castor foram encontrados no rio Tormes, afluente que desagua no troço internacional do rio Douro, perto da povoação da Bemposta (Mogadouro). O registo dista da fronteira portuguesa 11 quilómetros ao longo do rio, mas apenas 5 a 6 quilómetros em linha recta, segundo os investigadores Alfonso Balmori de la Puente e Teresa Calderón, dois dos autores do artigo.

Nesse mesmo ano, a 1 de Julho, investigadores espanhóis confirmaram a presença da espécie também na bacia do rio Guadalquivir, mais concretamente em Villatorres e Torreblascopedro, na província de Jaén. Acreditam que a presença de castores na região seja “consequência de outra introdução irregular”.


Saiba mais.

Pode o castor-europeu voltar a Portugal? Leia aqui a opinião de Daniel Veríssimo.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.