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Cria de águia-de-bonelli na Tapada de Mafra vai ser seguida por GPS

12.04.2022

Esta é a primeira vez que, na Tapada Nacional de Mafra, uma cria de águia-de-bonelli é monitorizada através de um transmissor de GPS. A ave deverá deixar o ninho em Junho.

Uma equipa de técnicos colocou nesta cria de águia-de-bonelli (Aquila fasciata) uma “mochila”, um transmissor de GPS.

Foto: D.R.

“Desta forma, é possível conhecer os hábitos e rotas desta ave e aprender mais com ela”, explicou o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) numa nota divulgada hoje nas redes sociais.

“A cria está bem e agora será acompanhada, mesmo quando abandonar o ninho”, o que deverá acontecer em Junho.

É a primeira vez que, na Tapada Nacional de Mafra, uma cria de águia-de-bonelli é monitorizada, através de um transmissor GPS.

Foto: D.R.

Esta cria e os seus progenitores estão a ser acompanhados através de uma câmara estrategicamente colocada em Setembro passado por cima do ninho. Este equipamento foi colocado na Tapada de Mafra no âmbito do projecto LIFE LxAquila, coordenado pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) e comparticipado pela União Europeia, com o objectivo de proteger a águia-de-bonelli, “que na Área Metropolitana de Lisboa vive excepcionalmente perto das pessoas”, indica a SPEA em comunicado. Esta câmara permite agora a quem estiver interessado seguir a nova cria em directo.

O LIFE LxAquila está a ajudar os 12 a 14 casais desta ave de rapina que vivem na Área Metropolitana de Lisboa, excepcionalmente perto das pessoas e que estão, por isso, no limiar da sobrevivência. Tudo acontece em conjunto com proprietários de terrenos onde estão os ninhos.

Esta é uma espécie Em Perigo de extinção em Portugal, segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados (2005). A última estimativa nacional é de 2011 e aponta para um total de 116 a 123 casais.

águia-perdigueira, de frente
A águia-de-bonelli é também conhecida como águia-perdigueira. Foto: Paco Gómez/Wiki Commons

Coordenado pela SPEA, o projecto iniciou-se em Setembro de 2020 e deverá terminar em Setembro de 2025. Tem ainda como parceiros seis municípios – Alenquer, Loures, Mafra, Sintra, Torres Vedras e Vila Franca de Xira – e outras sete entidades: Companhia das Lezírias, E-Redes, GNR, Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, Parques de Sintra – Monte da Lua, Sociedad Española de Ornitologia (SEO/BirdLife) e Tapada Nacional de Mafra. 

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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