Esta semana, o Jardim Zoológico de Lisboa apresentou publicamente duas crias de Tigre-da-sibéria (Panthera tigris altaica) que ali nasceram há quatro meses e salientou a necessidade de proteger esta espécie Em Perigo de extinção.
As crias nasceram na madrugada de 20 de Maio, depois de uma gestação de cerca de três meses e meio. Câmaras de filmar foram previamente colocadas na instalação, “o que permitiu acompanhar à distância a última fase de gestação da fêmea bem como o desenvolvimento das crias”, explica o Zoológico em comunicado enviado à Wilder.
Pela primeira vez, há imagens do parto, captadas no Jardim Zoológico, divulgadas a 4 de Outubro, Dia do Animal.
Os pequenos tigres serão amamentados até aos seis meses de idade e acompanhados pela progenitora, durante dois a três anos, que lhes ensinará a sobreviver.
Até 4 de Novembro vai estar aberta uma votação para se dar nome às duas crias. Shilka (fêmea), Argun (macho), Zeya (fêmea) e Huma (macho) ou Songhua (fêmea) e Ussuri (macho), são nomes de rios existentes no habitat natural desta espécie. A votação ficará a cargo dos visitantes do site do Zoo.
O nascimento destas crias, cuja espécie está classificada Em Perigo de extinção pela União Internacional para Conservação da Natureza (UICN), “permite ao Jardim Zoológico reforçar a sua participação na reprodução das espécies ameaçadas e sensibilizar os visitantes para a extinção desta espécie”.
O tigre-da-sibéria é a subespécie de tigre de maior dimensão e é nativo dos vales com encostas rochosas na bacia do rio Amur, na fronteira entre a Rússia e a China. A pelagem é ocre, com riscas castanhas longitudinais, tornando-se mais densa e mais clara no Inverno, adaptando-se ao frio e neve próprios do seu habitat natural.
Em 1940 restavam apenas 20 a 30 tigres desta subespécie no mundo, ameaçados pela caça para o comércio de peles, pelo tráfico de órgãos para a medicina tradicional chinesa, pela perseguição por parte da população local para protecção do gado doméstico e pelas consequências do desenvolvimento das áreas agrícolas e urbanas.
Hoje, estima-se que existam cerca de 400 em áreas protegidas, depois de décadas de esforços conservacionistas. Estes têm envolvido parques, reservas da vida selvagem e jardins zoológicos, incluindo o de Lisboa. Em 1997 esta instituição realizou a primeira inseminação artificial bem-sucedida na Europa.